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Coluna do Zé: De volta à programação normal

Coluna do Zé: De volta à programação normal

Salve, torcedor dos Saints!

É difícil, né? Eu acho desnecessário. Não tem um porquê para se iludir desse jeito com o time do New Orleans Saints. Ano após ano, temporada vem, temporada acaba, a gente está aqui, achando que vai. Dessa vez, vai!

Mas não vai, né? No fim, a gente cai de cara no chão, de boca aberta, travado, sem entender porcaria nenhuma. A não ser que você seja um torcedor veterano e já entendeu como essa franquia funciona.

E essa derrota para o Atlanta Falcons, na Georgia, por 26 a 24, é um bom exemplo para você que ainda torce a pouco tempo para o New Orleans Saints.

Mas fica, não precisa desistir ainda.

Ritual de autoflagelação

Parando para analisar com ódio, chego à conclusão que os Saints conseguiram perder para si mesmos. Com frieza, eu acho que os Falcons só ganharam com a ajuda dos Saints. E vou tratar isso como um karma cósmico quântico inevitável. Em nome da minha paz interior.

Uma primeira campanha perfeita da nossa defesa, obrigando eles a fazer um punt de antes do meio campo. Um fair catch tranquilo para Rashid Shaheed na linha de duas jardas.

Chase Young dando calor em Kirk Cousins; aconteceu, mas foi raro (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Nesse momento eu soube que os Saints não iam ganhar o jogo. Aquela coceirinha, aquela vontade de já desligar o app de streaming. Shaheed falhou miseravelmente, foi displicente demais e a bola sobrou quicando na endzone para um touchdown fácil para os Falcons, incendiando um estádio que estava em silêncio.

O time do Atlanta Falcons não anotou nenhum touchdown ofensivo no jogo de domingo passado. Nenhum.

A defesa dos Saints se comportou bem, novamente, dentro daquele padrão “enverga, mas não quebra”. Cede jardas, os times adversários chegam na endzone ou perto dela, mas não anotam o touchdown e precisam chutar um field goal, no máximo, na maioria das vezes.

Em quatro jogos nesta temporada, os Saints permitiram apenas quatro touchdowns ofensivos dos rivais, enquanto anotou quinze. E o time está com campanha 2-2 (duas vitórias e duas derrotas), caindo para a terceira posição dentro da Divisão Sul da NFC.

Ataque de nervos

O ataque funciona, tem potencial para isso. Se olhar os números do jogo, fomos melhores em quase todas as estatísticas, no ataque e na defesa.

Chris Olave, que quase não foi para o jogo com problema no posterior da coxa, teve oito recepções para 87 jardas. E poderia ter sido melhor.

Rashid Shaheed, apesar de ter entregado a pontuação inicial do jogo, também teve oito recepções, mas para 83 jardas. E também poderia ter ido melhor.

Chris Olave e Rashid Shaheed (ao fundo) tiveram bons números (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Mas se poderiam ter ido melhor, por que não foram? Eu te conto. Na minha opinião, por conta de Derek Carr.

Apesar da “nova” linha ofensiva, sem Eric McCoy e Cesar Ruiz, lesionados, ele não foi muito pressionado pela linha defensiva dos Falcons. O que acontece é que ele é limitado. Hesita demais, depois se apavora.

Consigo pensar em 21 quarterbacks melhores que Carr em atividade na liga. E isso atrapalha o time. Porque ele se atrapalha em momentos chave da partida, se perde, não consegue fazer uma boa leitura do pocket e das rotas. E isso é um prenúncio de desgraça.

Tanto é que os Saints estavam liderando o placar na metade do segundo quarto quando ele lança uma bola baixa que foi desviada pela defesa dos Falcons, recuperada no ar e levada para a endzone em mais uma pontuação cedida pelos Saints.

Seria inacreditável se não fosse o New Orleans Saints.

Alvin Kamara anotando seu touchdown do dia e quase dando a vitória aos Saints (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Precisamos falar sobre Taysom Hill

Como eu disse, o ataque estava bem, e muito graças a Alvin Kamara. O running back correu o risco de não jogar, mas ele disse que nem cogitou essa ideia. Com lesões no quadril e nas costelas, o homem foi pro jogo e registrou um total de 119 jardas, sendo 77 jardas em dezenove corridas e 42 em sete recepções. E anotou o touchdown que estaria dando a vitória aos Saints, faltando apenas um minuto no relógio.

E tivemos dois touchdowns de Taysom Hill. O homem múltiplo de múltiplas funções anotou os dois primeiros touchdowns dos Saints no primeiro tempo, em corridas pelo meio na redzone, levando no peito tudo que tinha pela frente. Que homem. Ele é uma máquina de jogar futebol americano.

Taysom Hill tem sido fundamental para o ataque (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Só que isso tem custado a ele. Um pouco após o segundo touchdown, ele precisou sair do jogo por conta de uma lesão no abdome. Eu imagino um órgão rompido, sei lá, fígado ou baço, só algo assim pra tirar ele desse jogo, logo ele que é pai do Atlanta Falcons.

O Saints estava 10-4 quando Taysom Hill jogou contra o Falcons. Antes desse jogo, Hill acumulou 438 jardas corridas e 4 touchdowns terrestres contra Atlanta. Ele tinha uma média de 7,1 jardas por corrida e recebeu 10 passes para 100 jardas e 1 touchdown. No total são 1.240 jardas (não se esqueçam que ele é quarterback também) com 9 touchdowns em 14 jogos.

Enquanto ele esteve em campo no seu 15º jogo contra Atlanta, somou mais 24 jardas carregando a bola e anotou mais dois touchdowns. O dono do Mercedes Benz Stadium.

Como curiosidade, nessa temporada, Taysom Hill participou de 18 campanhas ofensivas. Os Saints anotaram 11 touchdowns e 4 field goals. Sem ele em campo, os Saints também tiveram 18 campanhas, mas anotaram apenas 2 touchdowns e 4 field goals. Não existem coincidências.

Final com o jeitinho Saints de ser

Como eu disse, Kamara anotou um touchdown faltando um minuto no relógio, deixando o placar 24 a 23 para os Saints. Jogo ganho, certo? Nunca. Não no caso dos Saints, aparentemente.

Paulson Adebo, uma no cravo, outra na ferradura (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Faltando 29 segundos para o jogo acabar, Paulson Adebo, ele mesmo que tinha conseguido uma interceptação em cima de Kirk Cousins no primeiro quarto, cometeu uma falta de pass interference (seria uma boa recepção, ok?) e colocou a bola para um chute de 58 jardas para o kicker dos Falcons, Younghoe Koo, virar o jogo em 26 a 24, deixando 2 segundos no relógio.

Enverga, mas não quebra, lembra? Não foi o suficiente. Envergou demais.

Vale ressaltar que esses dois segundos foram gastos pelo ataque dos Saints em uma das jogadas desesperadas mais patéticas que já vi na vida. Fim de jogo.

Fica, vai ter bolo

Apesar de tudo, tem coisa boa vindo por aí. Posso ser louco de acreditar nisso, mas se não fosse, nem aqui eu estaria, escrevendo essas bobagens toda semana.

O ataque é bom, apesar de Derek Carr. Se ele não precisar pensar demais, a ponto de se desesperar, o ataque flui. Olave, Shaheed, Kamara, Hill. Jogadas rápidas, com uma linha ofensiva capaz de segurar bem para uma rápida execução da jogada por Carr, são inspiradoras.

Klint Kubiak fez um ótimo trabalho, essa semana.  Se adaptou com as ausências da OL, e deu a resposta esperada. Só que Derek Carr é Derek Carr. Tem as ferramentas de qualidade, mas falta qualidade para ele mesmo às vezes. É o que tem pra hoje.

Demario Davis perdeu seu primeiro jogo na carreira por lesão, mas estava lá para fazer o huddle no pré jogo (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Mas as duas primeiras semanas, e a quarta, mostram que dá sim. Dá pra gente se iludir como trouxa até muito lá na frente na temporada ainda. Eu acredito. Precisa, desesperadamente, aprender a finalizar os jogos e não perder no final com placares apertados. Tá na hora de parar com isso. Mas são os Saints, né?

O próximo desafio é contra o Kansas City Chiefs, fora de casa, no Arrowhead Stadium. Eles estão 4-0 na temporada, mas não estão voando e estão com problemas de lesão no ataque. É só segurar o Patrick Mahomes. E o Taylor Swifto, ops, Travis Kelce. E o Chris Jones. Trabalho super fácil. Ô. Molezinha.

Mas sim, eu acredito. Ainda acho que vamos chegar 4-2 para a semana 7. Por que não, né?

Bora, Saints!

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Foto de capa: Taysom Hill a ponto de levar tudo no peito para anotar seu primeiro touchdown contra os Falcons, na semana 4. (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

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1 comentário em “Coluna do Zé: De volta à programação normal

  1. Tenha amogos que te aconselhem a, ” E essa derrota para o Atlanta Falcons, na Georgia, por 26 a 24, é um bom exemplo para você que ainda torce a pouco tempo para o New Orleans Saints.

    Mas fica, não precisa desistir ainda.”

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