Chris Olave não demonstra medo em sua volta após concussões

Chris Olave não demonstra medo em sua volta após concussões
Texto: Jeff Duncan em 29/07/2025 | Tradução: Bernardo Guaraldo
‘Não estou assustado’ – Chris Olave
Chris Olave sabe que está perto.
Ele esperou por nove meses para ser derrubado num campo de futebol novamente. Nove meses de espera e desejo.
Ninguém estava mais empolgado para vestir os pads pelo New Orleans Saints na segunda-feira, primeiro treino completo com contato, que Chris Olave, recebedor talentosíssimo que vai para seu quarto ano na liga. Após nove meses de reuniões e consultas médicas sobre sua saúde e futuro no futebol americano, Olave está confortável e de volta aos campos, onde ele mais se sente em casa.
“Estou animado para voltar a campo” disse Olave recentemente quando perguntado sobre sua ansiedade para o primeiro dia de treino com proteção completa.
O treino de segunda-feira foi a primeira ação de Olave com proteção completa desde que foi nocauteado por um hit de Xavier Woods na derrota de 23-22 para o Carolina Panthers em 3 de novembro. O violento hit deixou Olave no chão sem movimentos enquanto seus companheiros de equipe vinham ajudá-lo. Ele saiu de campo no carrinho-maca e não voltou a jogar na última temporada, perdendo os 8 jogos que restavam.
Essa concussão foi a segunda da temporada, quarta de sua carreira na NFL e sexta desde os tempos de Ohio State.
Os problemas de concussão de Olave se tornaram ameaçadores para sua carreira. Mas depois de ser liberado por especialistas no começo do ano, Olave diz que está animado para continuar sua carreira. E segunda-feira foi um grande passo para sua volta, embora tenha sido mais mental que físico, já que ele evitou qualquer contato maior durante o treino de 90 minutos.
“Faz muito tempo, cara,” ele disse. “Fiquei só assistindo de longe, assistindo das arquibancadas. Parece muito tempo, mas na verdade foram só uns nove meses. Mas, como eu queria voltar àquele campo, foi difícil para mim.”
Olave não está fugindo dos seus problemas de saúde. Ele está batendo de frente.
Ele mudou sua dieta para, como ele disse, evoluir sua “saúde cerebral” e mudou seu capacete. Ele está usando o Riddell Axiom 3D, o capacete melhor avaliado da NFL para reduzir a severidade de impactos na cabeça. E como o resto de seus companheiros de equipe, ele está usando um guardian cap durante os treinos, embora ele tenha dito que não planeja usar um durante os jogos.
O que não vai mudar, disse Olave, é sua mentalidade e estilo de jogo. Olave diz que planeja correr todos os tipos de rotas, incluindo crossers, seams e posts que levaram ele a ter tais problemas. A única concessão a seu histórico de lesões, disse, será evitar contato desnecessário ao cair mais rapidamente após as recepções.
“Se eu entrar em campo nervoso ou um pouco assustado, isso fará com que eu jogue um pouco mais devagar e me fará jogar pior, então eu não estou com medo de ser atingido”, disse. “Não tenho medo de ir pelo meio. Não tenho medo de fazer nada disso.”
Até então, Olave tem cumprido sua palavra. Mais cedo no camp, ele subiu alto para pegar um passe de Spencer Rattler numa rota que cruzava para o meio do campo durante os treinos de sete contra sete. O safety Justin Reid mirou nele mas passou batido no último instante sem fazer nenhum contato. Olave sabe que as coisas teriam sido diferentes num treino com contato.
Durante os treinos do time alguns dias depois, Olave recebeu a bola em um jet sweep e correu para a esquerda até a sideline com vários defensores o perseguindo. Assim que seguiu em frente, o linebacker Pete Werner acertou ele com um forte hit que o jogou no chão. Vários companheiros de equipe do ataque ficaram irritados com a pancada, que veio durante os treinos sem contato.
Assim será para Olave. Todo hit ou tackle violento será um momento de apreensão para companheiros de equipe, treinadores, torcedores e talvez até para o próprio Olave.
“Obviamente, ninguém quer levar uma grande pancada, mas faz parte do jogo”, disse o recebedor veterano Brandin Cooks, que sofreu com problemas de concussão no começo de sua carreira. “Ao invés de ficar ansioso quanto a isso, é apenas sabendo e aceitando que isso é do jogo que tudo se resolverá.”
É um grande ano para Olave. Os Saints estão contando com ele para ser o recebedor mais confiável para seus jovens quarterbacks, e ele precisa de uma temporada produtiva e sem lesões para se reestabelecer entre os melhores recebedores da liga.
Antes de perder nove jogos no ano passado, Olave tinha um dos melhores começos de carreira na história de qualquer recebedor na história dos Saints. Com um total de 159 recepções e 2.165 jardas em 2022 e 2023, ele se tornou apenas o terceiro recebedor na história da franquia a ultrapassar 1.000 jardas recebidas em suas duas primeiras temporadas, se juntando a Michael Thomas e Marques Colston.
Os Saints acolheram a opção de quinto ano no contrato de Olave nessa offseason, então, a menos que haja uma troca, ele estará com o time ao menos pelas próximas duas temporadas. Mas uma extensão de contrato a longo prazo como seu antigo companheiro de equipe em Ohio State, Garrett Wilson, assinou com os New York Jets está em espera. Olave sabe que precisa produzir e ficar livre de lesões para equiparar os números do contrato de Wilson.
“É óbvio, apenas com meu histórico de lesão (e) todas as concussões, quero dizer, é claro que vão questionar meu futuro e tudo mais”, disse. “Então estou tentando deixar óbvio todos os dias em campo, apenas tentando dominar todo mundo, ser o melhor jogador em campo e ir para temporada e tentar jogar todos os jogos, realmente jogar 17 jogos, então será fácil para que eles possam tomar uma decisão quando sentarmos para discutir.”
Seus companheiros de time e técnicos dizem que Olave está em um bom momento agora, e sua mentalidade tem sido impressionante. Ele está focado em aproveitar ao máximo sua volta e olhar para o futuro com altas expectativas.
“Ele está definitivamente buscando redenção”, disse Rashid Shaheed, que atua como wide receiver oposto a Olave. “Ele sente que não teve a temporada que queria ano passado. Acho que ele está mentalmente e fisicamente pronto para o maior ano de sua carreira.”
Passar pelo primeiro treino com contato liberado foi uma marca significativa. Haverá mais dificuldades para superar ao longo do caminho, mas depois de nove meses na sideline, Olave sabe que pequenos passos são melhores do que nenhum passo.
Imagem de capa: New Orleans Saints wide receiver Chris Olave (12) during training camp at the teams facility in Metairie, Sunday, July 27, 2025. (Staff photo by David Grunfeld, The Times-Picayune) – STAFF PHOTO BY DAVID GRUNFELD
Traduzido de: Jeff Duncan: Chris Olave showing no fear in his comeback from concussions. ‘I’m not scared.’