Coluna do Zé: Atropelo! Que Saints é esse?
Coluna do Zé: Atropelo! Que Saints é esse?
Salve, torcedor dos Saints!
Começo com uma pergunta: era o New Orleans Saints que vimos no domingo passado? Tem certeza?
Eu nem lembrava que o time podia jogar assim. Confesso que até me assustei, um pouco.
Pra quem viu os Saints das últimas três temporadas, depois da aposentadoria de Drew Brees, eu realmente não esperava por isso.
Talvez, o último lampejo desse time tenha sido na semana 1 da temporada 21-22, quando ganhamos de 37 a 3 do Green Bay Packers, lá na casa deles, num domingo de sol.
Posso estar enganado. Memórias afetivas às vezes nos traem com facilidade. Mas todo o meu ceticismo, ou pessimismo (como queira), na minha primeira coluna dessa temporada (leia aqui por sua conta e risco) parece bobeira de um cara que simplesmente não entende absolutamente nada de NFL.
Mas não é todo dia que se vê uma vitória por 47 a 10 sobre um rival de divisão na semana 1 da temporada.
Começo arrasador
O time dos Saints recebe a bola para começar o jogo no ataque. Primeiro drive. Um drive de 76 jardas, que em sete jogadas termina numa bomba de 59 jardas de Derek Carr para o WR Rasheed Shaheed anotar um touchdown com 2:52 de jogo correndo. Coisa linda. Fala do Derek Carr agora.
Primeiro drive do Carolina Panthers. Primeira vez da defesa em campo. Em duas jogadas, com 14 segundos, interceptação de Will Harris para cima de Bryce Young, na linha de 47 jardas do campo de defesa dos Panthers. Um drive de 1:50 para a criança que chuta, Blake Grupe, acertar um field goal de 57 jardas sem problema algum.
No primeiro drive do ataque, um touchdown. Na primeira oportunidade da defesa, uma interceptação aproveitada para um field goal. Rapaz. Esse jogo prometia. Tem certeza que são os Saints?
Talvez, se pudesse, o Carolina Panthers deveria ter pedido para acabar o jogo por ali mesmo, seria muito melhor, muito menos feio. Mas tinha muita coisa pra vir ainda.
Um primeiro tempo de espanto
A defesa fez um excelente trabalho e obrigou o time (e o torcedor) de Charlotte a refletir sobre temas como “o que é a vida?”, “de onde viemos, para onde vamos?”, “será que esse sofrimento um dia vai acabar?”, “alguém anotou a placa desse caminhão?”. Se não fosse por um field goal de 43 jardas no último lance do segundo quarto, os Panthers iam sair zerados para o intervalo no Caesars Superdome.
Foram minutos excelentes da defesa, que forçou três punts, coroados com um fumble do WR Jonathan Mingo, forçado e recuperado pelo safety Tyrann Mathieu, nosso querido Texugo do Mel, mostrando que não está a passeio e ainda tem lenha para queimar lá em New Orleans.
Estava feio demais para o Carolina Panthers.
Enquanto isso, o ataque jogava e jogava. Foram sete (SETE!!!) drives consecutivos do ataque com pontuação. Até o tight end Foster Moreau veio para a festa. Ele anotou o segundo touchdown dos Saints, num passe que na temporada passada Carr entregaria de presente para a defesa dentro da endzone. Fala dele agora.
Blake Grupe ainda veio a campo, no primeiro tempo, para mais dois field goals, um de 44 jardas e o outro de 52 jardas. Nem parece o mesmo Grupe do ano passado, que entregou alguns jogos (e até mesmo a classificação aos playoffs).
Enquanto os Panthers apanhavam, Juwan Johnson, anotou um touchdown de 16 jardas, muito bem posicionado por um retorno de 47 jardas de Rasheed Shaheed.
Segundo tempo sob controle
Depois do arraso no primeiro tempo, o time poderia entrar mais tranquilo para a segunda metade, certo? Se você acha que sim, errou feio, errou rude.
No primeiro ataque de Carolina, o safety Jordan Howden interceptou um passe (overthrow) do jovem Bryce para o veterano Adam Thielen, na linha de 48 jardas no campo ofensivo.
Sem perdão, neste drive dos Saints o running back Alvin Kamara anotou o seu touchdown de número 78 na carreira. Duas vezes. Mas a segunda vez valeu, e o homem está feliz, está jogando. Se Kamara está feliz, eu estou feliz. Paguem esse homem.
Os Panthers finalmente conseguiram anotar um touchdown com o quarterback Bryce Young depois de uma jogada que foi fumble, não foi fumble, enfim, numa corrida de 3 jardas.
Mas os Saints, para evitar qualquer tentativa de reação (ha!), na volta para o último quarto anotou mais um field goal com Grupe , seu quarto na tarde deste domingo, e um touchdown com Jamaal Williams, desta vez sem drama nem polêmica, numa corrida de 14 jardas, já com o time praticamente reserva em campo.
A defesa dominou, e não permitiu mais nenhuma pontuação aos Punthers, que para não ficar só no punt, resolveram conceder turnover on downs (dois). Mas foram cinco punts no total, e já fizeram a nossa alegria.
Temos coordenador ofensivo
Tenho que destacar, nem tem como não fazer isso, o trabalho do novo coordenador ofensivo Klint Kubiak, que prometeu e entregou (veja a reportagem com ele aqui).
O New Orleans Saints mostrou um ataque, como há anos não era visto por essas bandas.
Vimos as jogadas de corrida serem usadas com variação. Alvin Kamara parece ter voltado, terminou com 83 jardas corridas, Jamaal Williams e Taysom Hill somaram mais 73 jardas juntos. Como é bom ver Hill ser corretamente aproveitado.
Kamara, com mais 27 jardas aéreas, completou o seu 50º jogo com 100 ou mais jardas de scrimage, e foi homenageado pela torcida no Superdome.
Até Derek Carr mostrou que é um bom quarterback. Shaheed estava lá, entregando os seus bons retornos e recebendo as bombas em profundidade.
Mas muita calma aí, amigo
Se o jogo foi excelente em diversos aspectos, em alguns ainda deixamos a desejar e alguns pontos merecem reflexão.
Cometemos dez faltas, cedendo 95 jardas. Num jogo fácil como esse, ok, mas isso pode complicar.
A baixa utilização de Chris Olave pode ser preocupante? Talvez, mas como não precisamos dele e mesmo assim ganhamos fácil, dessa vez passa.
A defesa segue sendo elite. Chase Young chegou mostrando serviço. Alontae Taylor e Paulson Adebo continuam loucos e mostrando serviço. Taylor, inclusive, conseguiu três sacks em Bryce Young.
Mas perdemos Marshon Lattimore, que voltou recentemente de lesão, por alguns jogos com uma lesão na parte posterior da coxa, já no primeiro tempo de jogo.
Só que o principal ponto de reflexão que proponho aqui é: dá pra levar em consideração ganhar do Carolina Panthers como parâmetro para alguma coisa do que pode vir na temporada? Os Panthers são fortes candidatos à escolha 1 do draft de 2025.
Trem do hype?
Ah, mas não tô nem aí com essas preocupações. Super Bowl LIX é logo ali, e vai ser jogando em casa, no Caesars Superdome, em 9 de fevereiro de 2025. Já imaginou? Eu sim.
Quer embarcar no trem do hype comigo? Então só vem.
E a próxima estação é no próximo domingo, dia 15, com transmissão da ESPN, do Disney+ e do Gamepass no DAZN, contra o Dallas Cowboys, no Texas, às 14 horas de Brasília. Chance de passar vergonha para uma grande audiência ou de mostrar valor a quem não acredita.
Temos uma sequência de jogos duríssima pela frente, com Cowboys, Eagles, Falcons, Chiefs e Buccaneers, mas se saímos dela com no mínimo 4-2 (eu acredito), já compro minha passagem para New Orleans em fevereiro. Ou não?
Bora, Saints!
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Venha me ver falando bobagem e sofrendo com o New Orleans Saints em outros lugares, no Bluesky, no Threads e no Instagram.
Foto de capa: Chase Young metendo pressão em Bryce Young (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)
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