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A casa do torcedor do New Orleans Saints no Brasil!
Coluna do Zé: Missão cumprida

Coluna do Zé: Missão cumprida

Salve, torcedor dos Saints!

Semana 10 da temporada 2024 da NFL, e os jogadores do New Orleans Saints tinham uma missão.

No primeiro jogo após a demissão de Dennis Allen, os Saints enfrentariam o Atlanta Falcons, o maior rival e atual líder da divisão Sul da NFC, no Caesars Superdome.

E a missão era mostrar que o problema era sim o ex-técnico. Ou que o problema era com ele.

Missão dada, missão cumprida. Vitória sofrida demais, por 20 a 17. E as galinhas vermelhas seguem sendo patéticas.

Causa: Darren Rizzi

Foi o primeiro jogo de Darren Rizzi como head coach. Mesmo sendo nomeado como interino, a cara do time é outra. Assim como a cara do treinador. Rizzi tem expressões, ele se exalta na beira do campo, fica maluco com erros dos jogadores e mais ainda com erro dos árbitros. É uma figuraça.

E o time parece ter comprado a ideia.

Darren Rizzi é bem loucão, né? (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

O ataque, mesmo com todos os problemas de lesão na linha ofensiva e no corpo de recebedores e corredores, passou a ser mais vibrante. Pelo menos no primeiro tempo de jogo.

Sem Chris Olave, Rasheed Shaheed e Cedric Wilson, Derek Carr encontrou em Marquez Valdes-Scantling sua válvula de escape. MVS teve apenas três recepções, todas no segundo quarto: um passe de 40 jardas para um touchdown, um passe de 67 jardas para chegar na redzone na linha de três jardas, e um passe para touchdown para completar essa campanha.

Marquez Valdes-Scantling num ganho de 68 jardas em passe de Derek Carr que quase foi touchdown (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Esses dois touchdowns somados a um field goal anotado por Blake Grupe, para abrir o placar, foram todos os pontos dos Saints, que deram ao time a liderança por 17 a 7 no primeiro tempo.

Mas temos que agradecer o kicker Younghoe Koo.

Causa: Koo

Younghoe Koo foi o responsável direto pela vitória dos Falcons sobre os Saints na semana 4, num chute de 58 jardas no fim da partida, o mais longo da sua carreira.

Para compensar, ele veio ao Superdome e fez a sua parte para a vitória dos Saints. Ele desperdiçou nada menos que três tentativas de field goal. Uma, ele chutou à esquerda (53 jardas). A segunda foi bloqueada pelo defensive tackle John Ridgeway III (35 jardas).  Na terceira, já perto do fim do jogo, Koo acertou o pau, quer dizer, o poste direito (46 jardas).

John Ridgeway III (de luvas brancas) disse a Younghoe Koo: “Hoje não!” (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Piadas prontas, disparadas por todos os cantos da quinta série espalhada pelo Brasil.

E foi legal ver na tela da TV as mensagens tipo “converteu as últimas 446 tentativas consecutivas para menos de 50/40 jardas”. Eu me diverti muito com isso.

Causa: Kamara

Muito da vitória parcial no primeiro tempo se deve a Alvin Kamara. No seu  10º jogo da temporada 2024 e o 111º jogo de sua carreira de oito anos na NFL, Kamara se tornou o maior corredor de todos os tempos na história do Saints. Ele entrou no jogo a 12 jardas do total de 6.500 jardas de Mark Ingram II; o recorde de Kamara foi em uma corrida de sete jardas no primeiro quarto, sua segunda corrida do jogo.

E boa parte do ataque passou por ele. Kamara terminou com 55 jardas de corrida e 54 jardas recebidas. Ficou faltando o touchdown ao fim do jogo, e ele quase veio. Mas essa é uma história para depois.

Alvin Kamara parece estar levando todo o ataque nas costas (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Kamara entrou no jogo como o líder de todos os tempos dos Saints em touchdowns (85), touchdowns corridos (60), tentativas de corrida (1.465), jardas de scrimmage (11.075) e jardas totais (11.739). Nesta temporada, Kamara correu para 660 jardas e seis touchdowns em 150 corridas e pegou 46 passes para 367 jardas e um touchdown nos primeiros nove jogos. Ele superou 100 jardas de scrimmage em seis jogos. Mas nem Kamara pode salvar os Saints dos Saints.

Causa: Defesa

Nos primeiros dois quartos, a defesa parecia ter vindo para o jogo. Apesar do bom ataque de Atlanta, os Saints conseguiram limitá-los a apenas sete pontos.

Alguns tackles perdidos ainda acontecendo, mas nada fora do comum.

Mas veio o segundo tempo, e tudo parecia ter voltado ao normal. Normal que eu digo, as semanas de 5 a 9. Galera desaprendeu a dar um tackle.

A defesa falhou demais ao longo do jogo, mas apesar disso Cam Jordan até matou as saudades de dar um sack contra o Atlanta Falcons – saudades, Matt Ryan! (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Com isso, Bijan Robinson anotou seus dois touchdowns correndo com facilidade pelo meio da defesa, e, como já citei, só não passaram à frente graças ao karma de Younghoe Koo. Ah, o vodu em New Orleans…

Teve um momento no último quarto que praticamente toda a torcida estava, nas redes sociais, querendo a cabeça de Tyrann Mathieu. Parecia que era inevitável que os Falcons virassem o placar e ganhassem o jogo.

Chase Young demorou, mas conseguiu derrubar Kirk Cousins e causar um fumble (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

O ataque simplesmente parou de existir. Não foi nem de funcionar. Foi de existir. Perdi a conta de quantos three-and-out os Saints fizeram (ps.: fui verificar, foram cinco). Com exceção de um field goal anotado pela criança que chuta, o ataque dos Saints desapareceu. Kamara e Taysom Hill, pelo meio, o tempo todo, não vai dar muito resultado sem linha ofensiva. Derek Carr sob pressão não funciona, e Atlanta pressionou demais.

E quando menos se esperava, e de onde talvez menos se esperasse, veio a salvação do jogo.

Causa: Texugo do Mel

Primeiro, o safety Tyrann Mathieu interceptou o quarterback Kirk Cousins, enquanto ele estava a ponto de anotar com os Falcons. Depois que os Saints devolveram a bola em um punt (aqui fica o meu lamento por um drop de Alvin Kamara que seria touchdown…), o defensive end Chase Young sacou Cousins e, em seguida, em uma jogada desesperada de quarta descida, Alontae Taylor fez um tackle que selou o jogo quando o relógio expirou.

E foi assim que os Saints não perderam o seu oitavo jogo seguido.

Tyrann Mathieu fez a interceptação que salvou a vitória (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Podemos considerar que foi sorte, sim. Mas não custa lembrar que o jogo foi contra o Atlanta Falcons. Se voltamos à realidade das fragilidades do time no segundo tempo, a realidade dos Falcons é essa.  Não tenho dó, não. Espero que siga assim, por anos e anos.

Efeito: Club Dub

Talvez, o melhor do jogo tenha ficado para o final. Para o pós jogo.

A alegria, a empolgação de Darren Rizzi celebrando no gramado após a vitória estar selada, um misto de alegria e alívio. Imagina a pressão em sua estreia, contra os maiores rivais.

Ele é da casa, ele sabe como funciona o rolê. E não tem a capacidade de expressão de um cone laranja de estrada.

Com isso, o vestiário voltou a pegar fogo, no que eles chamam de Club Dub. Se você não viu vídeos nas redes sociais, procure. Vale a pena.

Darren Rizzi querendo falar e o time querendo festejar; a alegria voltou ao Saints (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

E Darren Rizzi estava no meio da festa. Como víamos Sean Payton. Como nunca vimos Dennis Allen.

Se vai dar certo, ou não, agora pouco importa. Os jogadores querem celebrar o alívio momentâneo. Eu, como torcedor, fiquei muito feliz com o resultado.

Como disse na minha última Coluna, agora vai. Infelizmente. Ou não. Podemos terminar com uma campanha 9-8 (lembrem-se, precisamos perder para o Las Vegas Raiders, pelo recorde de Derek Carr), e ficamos naquela péssima posição de draft de sempre. Por que não?

O próximo jogo é contra o Cleveland Browns, no Caesars Superdome, e aquela chance de vingança para Jameis Winston que passou e não faz mais sentido sem Dennis Allen.

E vamos curtir todo Club Dub que vier até o fim da temporada. Ano que vem a gente vê o que fazer.

Bora, Saints!

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Foto de capa: Alvin Kamara em uma corrida de 31 jardas após receber passe de Derek Carr (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

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