Coluna do Zé: Parece que temos um Quarterback

Coluna do Zé: Parece que temos um Quarterback

Salve, torcedor dos Saints!

Chegamos àquela época do ano que todo torcedor do New Orleans Saints conhece bem e espera ansiosamente, só que não. A hora da sequência de vitórias “inúteis”.

Eu digo inúteis, por quê? Os Saints já estão eliminados, é impossível avançar aos playoffs, não importa o que aconteça. Nem se vier uma sequência de cinco vitórias seguidas. E a probabilidade disso acontecer existe.

O que acontece é que depois da derrota no Caesar Superdome para o Atlanta Falcons, na semana 12, o time viajou a Miami para ter uma derrota nos últimos instantes para os Dolphins e aí sim, ter a sua décima derrota na temporada e conseguir, matematicamente, a sua tão almejada eliminação.

Mas a partir disso, só restava atrapalhar a temporada dos rivais de divisão. E nesse ponto, fomos quase impecáveis até o momento.

Enfim, eliminados

Apesar da campanha que até aquele presente momento, na semana 13 da temporada, estava em expressivos 2-9 (duas vitórias e nove derrotas), o New Orleans Saints ainda não estava matematicamente eliminado dos playoffs. Ainda. Mais por culpa dos rivais de divisão que qualquer mérito dos Saints.

O quarterback calouro Tyler Shough (6) enfrentando o safety Minkah Fitzpatrick (29) (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Ainda porque os Saints fizeram os dois primeiros quartos ridículos, e os Dolphins conquistaram uma vantagem de 16-0 no intervalo, graças a uma defesa forte e às corridas do running back De’Von Achane. Os Saints estavam sem o seu principal running back, Alvin Kamara, que perdeu o jogo por uma lesão no joelho, e o ataque teve dificuldades no início do jogo sob o comando do quarterback calouro Tyler Shough. Os Saints fizeram quatro three-and-outs, Shough fez um fumble em um sack e lançou uma interceptação no final do segundo quarto, encerrando sem pontos a melhor campanha do time até o momento.

Depois do intervalo, a defesa dos Saints melhorou consideravelmente, e o ataque resolveu vir para o jogo. Os Saints marcaram em sua primeira posse no segundo tempo, com um passe de 17 jardas de Shough para Chris OlaveCharlie Smyth, um jovem de 24 anos de Mayobridge, Irlanda do Norte, acertou um field goal de 56 jardas com 6:09 para o fim, deixando o placar em 19-11. Foi sua primeira tentativa em um jogo oficial da NFL. Ele jogou no lugar da criança que chuta (agora nos Colts), dispensado ao longo da semana.

O cornerback Kool-Aid McKinstry (4) conseguindo interceptar o quarterback dos Dolphins, Tua Tagovailoa, em passe na end zone para o recebedor Jaylen Waddle (17) (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

A boa reação dos Saints no segundo tempo ficou muito perto de se tornar uma vitória. Tyler Shough lançou um passe para touchdown de 15 jardas para Devaughn Vele, deixando o placar em 19-17, motivando uma tentativa de conversão de dois pontos. Mas o defensive back de Miami, Minka Fitzpatrick, interceptou o passe de Shough e retornou para anotar dois pontos para os Dolphins com 1:17 para o fim.

Mas ainda não era o fim. Após o retorno de Fitzpatrick, o kicker Charlie Smyth e os Saints conseguiram recuperar um onside kick para dar ao New Orleans uma última tentativa na linha de 45 jardas com 1:15 restantes. Mas Shough foi parado em uma quarta descida para uma jarda, dando a bola e o jogo ao Miami, que venceu por 21 a 17, fazendo que os Saints dissessem, finalmente, adeus aos playoffs.

O defensive end Cameron Jordan celebrando um de seus dois sacks para cima de Tua Tagovailoa, ambos no primeiro quarto de jogo (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Se não puder ajudar…

Agora em paz, eliminados, os Saints pegaram para si a missão de atrapalhar os rivais de divisão, Panthers e Buccaneers, nos seus planos de chegar aos playoffs. E começaram a execução do seu plano com uma vitória por 24 a 20 sobre o Tampa Bay Buccaneers, o atual líder da divisão Sul da NFC, em uma tarde chuvosa de domingo no Raymond James Stadium, em Tampa, Flórida.

O quarterback Tyler Shough correndo para anotar o seu primeiro touchdown corrido da partida na vitória contra os Buccaneers (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

E por mais que a vitória parecesse improvável, ela veio. E não foi tão difícil quanto se poderia imaginar. Os Buccaneers colaboraram muito, e a defesa dos Saints demonstrou que quando quer, pode fazer um excelente serviço.

Defensivamente, os Saints tiveram várias jogadas importantes que pararam tentativas de quarta descida de Tampa e o cornerback Alontae Taylor interceptou o quarterback de Tampa, Baker Mayfield. Os Bucs foram dois de sete em quartas descidas e três de 12 em terceiras descidas. O coordenador defensivo, Brandon Staley, parece estar arrumando a defesa com as peças que tem, e talvez com reforços nos próximos drafts, pode ter bons resultados.

O cornerback Alontae Taylor (1) comemorando com a defesa a sua interceptação contra o quarterback Baker Mayfield na vitória contra os Buccaneers (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Já no ataque, o quarterback Tyler Shough correu para dois touchdowns e liderou New Orleans, correndo para um touchdown de 34 jardas na primeira posse do segundo tempo e ainda anotou uma corrida de 13 jardas para touchdown no quarto período. Ele correu cinco vezes para 58 jardas e completou 13 de 20 passes para 144 jardas, com uma interceptação.

O running back novato Devin Neal teve um grande jogo, com 19 corridas para 70 jardas e  anotou o seu primeiro touchdown terrestre, uma corrida de 3 jardas na primeira campanha do time no primeiro quarto. O tight end Juwan Johnson teve quatro recepções para 38 jardas e  wide receiver Chris Olave teve três recepções para 30 jardas.

Foi um jogo de muito esforço defensivo dos jogadores do New Orleans Saints, numa tarde muito chuvosa, para conseguir esse vitória contra o Tampa Bay Buccaneers (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Então atrapalhe!

Com a chance de estragar os planos de mais um rival da NFC South pela segunda semana consecutiva, o New Orleans Saints cumpriu a meta e conseguiu uma vitória surpreendente por 20 a 17 sobre o Carolina Panthers, graças a um field goal de 47 jardas de Charlie Smyth com dois segundos restantes no relógio, no Caesars Superdome. Varre, varre, vassourinha…

Os Panthers se aproveitaram do começo lento da defesa dos Saints, uma coisa normal até aqui, e anotaram um touchdown com o running back Rico Doddle na sua primeira campanha, e lideraram praticamente o jogo todo.

O running back calouro Devin Neal (24) exigiu muito esforço da defesa do Carolina Panthers enquanto esteve em campo, e mesmo assim anotou o seu primeiro touchdown terrestre (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Os Saints marcaram seu primeiro touchdown com uma corrida de 4 jardas de Devin Neal, apenas com 3:32 restantes no segundo quarto, em uma bela campanha de 17 jogadas e 95 jardas que durou 11:22. Mas Neal deixou o campo após seu touchdown devido a uma lesão na coxa, e não retornou. Ainda havia tempo suficiente para os Panthers anotarem um field goal e irem para o intervalo com a liderança.

Logo no começo do terceiro quarto, nova pontuação dos Panthers, num passe em profundidade de 32 jardas de Bryce Young para Jalen Coker anotar. E a resposta dos Saints no terceiro quarto foi mais um field goal de Charlie Smyth, de 42 jardas, com 1:56 para o fim do terceiro quarto, deixando o placar em 17-10.

“Chase Young chasing Young”: essa era a imagem que eu mais queria ver no jogo todo, sério. O safety Chase Youg (99) conseguindo um sack importante no fim do jogo sobre o quarterback Bryce Young (9) (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

O último quarto foi um show de horrores dos dois ataques, até que uma grande jogada da defesa então permitiu a campanha que terminou com Shough encontrando Chris Olave, com um passe de 9 jardas, para anotar em touchdown, empatando o placar em 17 faltando 2:32 para o fim jogo.

Após mais uma campanha fracassada dos Panthers, os Saints tiveram a posse da bola faltando pouco menos de um minuto. Apesar de parecer que não ia, os Saints foram. E contaram com uma grande ajuda da defesa dos Panthers, que cometeram falta numa tentativa de corrida de Tyler Shough, com 12 segundos restantes no relógio, sem tempo a pedir e distante demais para uma tentativa de field goal. A falta foi de violência desnecessária, tanto que Shough teve que sair do jogo. Foi o suficiente para o ataque avançar, com o relógio parado, para a tentativa de field goal de Smyth que deu a vitória ao New Orleans Saints.

Graças à desinteligência do defensor dos Panthers, o kicker Charlie Smyth teve a chance de acertar o field goal da vitória do New Orleans Saints (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Shough completou 24 de 32 passes para 272 jardas e um touchdown. Chris Olave teve seis recepções para 85 jardas e um touchdown, enquanto o tight end Juwan Johnson adicionou quatro recepções para 30 jardas. Foi a primeira vitória de Shough como quarterback titular no Caesars Superdome.

Sequência de vitórias a caminho?

Bom, o que esperar dos últimos três jogos?  Os Saints recebem, na semana 16, o New York Jets, depois fazem os dois últimos jogos fora de casa contra Tennessee Titans e os rivais Atlanta Falcons. Não é muito difícil acreditar que podem vir três vitórias até o fim da temporada. Esses rivais parecem estar pensando muito mais na próxima temporada do que nessa.

E a boa posição de escolha, no Draft de 2026? Deixa pra lá. Parece que os Saints acharam em Tyler Shough um quarterback em quem é possível confiar por um tempo. Ele pode não ser o novo Drew Brees, até porque nem é novo, mas pode entregar boas campanhas se o time se reforçar em posições carentes, como linha ofensiva e posições chave da defesa.

E o time pode ir se arrumando para o futuro, coisa que deveria ter feito assim que Brees se aposentou, ou logo após a saída de Sean Payton.

Mas é o que temos para hoje, e para as próximas temporadas. E seguiremos na torcida por aqui.

Bora, Saints!

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Foto de capa: O lance da falta de unnecessary roughness em Tyler Shough no fim do jogo que deu a chance a Charlie Smyth acertar o field goal da vitória (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

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