Coluna do Zé: Tudo igual, normal
Coluna do Zé: Tudo igual, normal
Salve, torcedor dos Saints!
Voltamos! Tanto o New Orleans Saints quanto eu, o seu colunista menos preferido daqui do Mundo Who Dat / Saints Brasil.
Peço compreensão pela minha ausência, além de alguns imprevistos no trabalho, tive problemas familiares que me impossibilitaram de ter cabeça para escrever por aqui.
Mas para os Saints não tem perdão, não. Depois do descanso na bye week, o time abriu as portas do Caesars Superdome para receber o seu rival, o Atlanta Falcons e o que se viu foi uma disfunção em campo, na frente de sua torcida, em uma derrota vergonhosa por 24 a 10. E fomos lembrados que os maiores rivais dos Saints, são os Saints.

Anteriormente na saga dos Saints
O pesadelo de Spencer Rattler, que começou na derrota (26 a 14) para o Chicago Bears, só se aprofundou no jogo contra o Tampa Bay Buccaneers (derrota por 23 a 3), em casa, culminando em sua substituição ao longo do jogo e na nomeação do calouro Tyler Shough (repita comigo: “Xó”) como quarterback titular.
Até aí, nada que chamasse atenção no roteiro desenhado para a temporada. Só que o roteirista esqueceu de colocar uma jornada do herói na história, ou mesmo um plot twist. Nada disso.
No primeiro jogo de Shough como titular, uma derrota humilhante (por 34 a 10) para o Los Angeles Rams fora de casa, dentro da previsão. E na semana 10, uma vitória previsível contra o time que não quer ganhar os jogos, o Carolina Panthers, no Superdome, por míseros 17 a 7.
Daí veio a semana limite para trocas e a semana de bye, e o recebedor Rashid Shaheed se foi para o Seattle Seahawk, o kicker Blake Grupe ficou (infelizmente), o time teria tempo para treinar e melhorar o desempenho com a semana de descanso, e aproveitar e recuperar jogadores lesionados.
Mas “Aqui é New Orleans Saints, p*##@”. Ninguém vai aproveitar nada não, ninguém vai tirar nada de bom de coisa alguma.

O jogo
Que tal ajudar a torcida a ser feliz por uns dias, principalmente lá no Estados Unidos, que tem o feriado de Ação de Graças nessa semana, famílias felizes reunidas, celebrando uma vitória sobre o rival, hein? Legal? Então toma! Só que não em New Orleans, e sim lá em Atlanta.
O ataque dos Saints parecem que entram com uma motivação extra, a cada jogo, de mostrar como um ataque deve fracassar e construir derrotas sólidas e sofridas. Ao contrário da defesa.
Tanto que as três primeiras campanhas dos Falcons anotaram apenas um field goal, já que a defesa foi forte e permitiu avanço quase zero ao ataque comandado por Kirk Cousins e a dupla Bijan Robinson e Tyler Allgeier.

Só que esse field goal dos caras veio de uma excelente posição de campo provocada por um fumble patético numa confusão mental entre Alvin Kamara e Tyler Shough no primeiro snap da primeira campanha dos Saints. Não dá para ser mais ridículo que isso.
Espera, espera. Em New Orleans, sempre dá para ser mais ridículo. Na segunda campanha, chance de empatar o jogo nos pés de Blake Grupe. Apenas 38 jardas, estádio fechado. Tranquilo. Lógico que não. A criança que chuta perdeu.
E perdeu mais um no encerramento do segundo quarto, pouco menos de um minuto antes do intervalo. Enquanto isso, os Falcons anotaram um touchdown, e mais dois field goals no segundo quarto.
E para provar que os Falcons são ruins e a defesa dos Saints queria ganhar o jogo (até esse momento), os Saints conseguiram anotar um touchdown com sua defesa, numa pick six para cima de Cousins, com a interceptação caindo nos braços do safety veterano Justin Reid após desvio de Kool-Aid McKinstry. Foi a primeira pick six dos Saints desde a de Tyrann Mathieu contra New England em 2023.

Só piora
O segundo tempo conseguiu ser pior que o primeiro. O ataque dos Saints, apesar de progredir bem em campanhas longas (uma de 7:28 e outra de 8:24), só conseguiu pontuar no começo do último quarto, em um field goal de 33 jardas, dessa vez anotado por Grupe.
E foi uma pena as duas campanhas terem morrido nas mãos da máquina de jogar futebol americano, Taysom Hill. Na primeira metade do terceiro quarto, morreu em um turnover on downs na linha de uma jarda, num passe desviado que deveria ter sido uma corrida. E no começo do último quarto, morreu com um snap mal feito (acho que) por Cesar Ruiz, de novo na linha de uma jarda, que Hill recuperou e se livrou da bola, mas a arbitragem erroneamente anotou um intentional ground.
Assim fica difícil. O head coach Kellen Moore tem muito a melhorar nas chamadas na red zone, se isso for possível para as capacidades dele. Está sendo muito insuficiente, e provavelmente ele não seja constituído de material para ser um bom head coach.

Já no quarto quarto, os Falcons anotaram mais um touchdown, e ainda conseguiram uma conversão de dois pontos, deixando o placar em 14 pontos de vantagem, matando o jogo.
Jogo que os Saints mataram por si só, porque eles querem levar os créditos sobre isso sim, senhor. A linha ofensiva não protegeu Tyler Shough o jogo inteiro, e ele sofreu com pressão e sacks o jogo todo. Foram cinco sacks no total. Mesmo assim, Shough completou 30 de 43 passes para 243 jardas, com uma interceptação.
O running back novato Devin Neal teve muita ação após a estrela Alvin Kamara deixar o jogo no primeiro tempo devido a uma lesão no joelho. Neal teve sete corridas para 18 jardas e recebeu cinco passes para 43 jardas. Taysom Hill também teve mais snaps, carregando 10 corridas para 17 jardas e tentando dois passes. O recebedor Chris Olave teve nove recepções para 70 jardas.
Cameron Jordan registrou o 126º sack de sua carreira, e provavelmente metade destes é contra os Falcons. Jordan tem agora o 19º maior número de sacks na história da NFL. Chase Young conseguiu o quarto sack da temporada e Isaiah Stalbird ainda mais um no segundo quarto. E mais nada é digno de nota.

Não acabou ainda
Por mais que a temporada dos Saints já tenha acabado, ela ainda não acabou de verdade.
O New Orleans Saints (2-9) viaja para jogar contra o Miami Dolphins (4-7) no domingo, 30 de novembro. Eu realmente não sei o que esperar desse jogo.
Dois ataques completamente disfuncionais, apesar do grande potencial de alguns jogadores. Defesas que podem ser muito boas ou um completo desastre em quartos diferentes do mesmo jogo.
Mas, com quase toda certeza que tenho dentro de mim, esse jogo tende a ser uma grande diversão. Lances bonitos, lances bizarros, interceptações. Provavelmente será um espetáculo de entretenimento puro.
Bora, Saints!
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Foto de capa: O veterano safety Justin Reid com a pick six e o único touchdown para os Saints na derrota contra os Falcons pela semana 12 (Michael C. Herbert / New Orleans Saints).

