Coluna do Zé: Vitória, enfim

Coluna do Zé: Vitória, enfim
Salve, torcedor dos Saints!
Finalmente ela veio. A vitória. Bom, eu já sabia que ela viria. Mas eu tenho alguns parafusos a menos na cabeça. Mesmo assim, eu disse que ela viria no minha última Coluna do Zé.
O New Orleans Saints, depois de uma pequena excursão pelas duas costas dos Estados Unidos, retornou para o Caesars Superdome para receber o New York Giants, com todo o seu hype, para tentar sua primeira vitória na temporada.
E, só para não variar, foi difícil. Teve um momento que todo mundo, menos eu, achou que não ia dar. Mas a vitória, por 26 a 14, teve um bom roteiro para o torcedor dos Saints, do jeito que a gente gosta.
Como foi dito em um comentário lido durante a transmissão da GETV: o gigante acordou, o campeão voltou.
Começo lento e vaias
O time do New Orleans Saints é limitado, a gente sabe. Mas não precisava de nada disso. O começo do jogo quase me fez acreditar no conto que os Saints são o pior time da liga. Toda atmosfera positiva do Superdome desperdiçada em uma falta e um three-and-out logo de cara, para nossa alegria.
Em compensação, o quarterback calouro Jaxson Dart, a nova estrela dos Giants, ao lado do running back Cam Skattebo conduziram uma campanha efetiva que terminou num passe de uma jarda para touchdown do tight-end Theo Johnson. Tanto ele quanto o outro tight-end, Daniel Bellinger, tiveram muita liberdade e foram os principais alvos de Dart nas primeiras campanhas do jogo.

Quando a bola voltou para os Saints, uma boa campanha, 17 jogadas, que termina em frustrantes três pontos, num field goal de 28 jardas convertido por Blake Grupe. O destaque dessa campanha foi o retorno de Taysom Hill, a máquina de jogar futebol americano. Um pouco enferrujado, muito fora de ritmo, mas o homem voltou.
Nova campanha do New York Giants. Novo touchdown com Theo Johnson, agora num passe de 18 jardas. A defesa dos Saints não sabia o que fazer para conter os passes e corridas de Dart. O hype todo parecia se justificar.
Principalmente porque os Saints não conseguiam se ajudar. As chamadas pareciam ruins, e o ataque parecia travado, até chegava na red zone mas não conseguia finalizar bem as campanhas. Isso culmina em mais um field goal de Blake Grupe, agora de 53 jardas. O Superdome enfurecido vaiou o time em alto e bom som, restando pouco menos de metade do segundo quarto.

Despertar explosivo
É debaixo de vaias que se separam os homens dos meninos nesse esporte. E parece que o resultado foi positivo. A campanha seguinte dos Giants, com o placar em 14 a 6, foi parada rapidamente pela defesa dos Saints. Foi o começo do fim dos Gigantes de Nova Iorque.
O special team dos Saints continua dando muita dificuldade para as campanhas de Spencer Rattler. Mas dessa vez, ele simplesmente transformou isso numa obra de arte. No primeiro snap da campanha, um passe da linha de 13 jardas para Rashid Shaheed, que fez até o câmera não saber o que estava acontecendo, aparecer livre de marcação pela direita do ataque, receber e correr para o abraço, num touchdown de 87 jardas, fazendo o Superdome explodir como não fazia há tempos.

Era disso que o time precisava. Era isso que a torcida estava esperando. Eu mesmo pulei gritando que nem um doido na hora que a bomba saiu das mãos de Spencer Rattler e a câmera quase perdeu a recepção de Shaheed. Ele tinha que correr metade do campo ainda, com dois perseguidores, mas eu já sabia que ninguém ia pegar ele.
Por sinal, este touchdown de 87 jardas foi o mais longo de sua carreira, e foi apontado como sendo a maior velocidade de um jogador da NFL nesta temporada. Shaheed atingiu 36,5 Km/h (22,72 Mph) na jogada. Curiosidade: tem Corsa Sedan que não atinge essa velocidade na estrada.
Placar em 14 a 13 para os Giants, e talvez tenha acontecido a jogada mais importante para definir os rumos do jogo. Uma terceira descida para duas jardas, um passe em profundidade de Jaxson Dart para o receiver Darius Slayton, em uma flea flicker, e um braço salvador do safety Terrell Burgess apareceu para enterrar o ataque dos Giants. Aqui foi o fim dos Giants, só que eles não sabiam que tudo ia piorar.
Chance para os Saints ficarem à frente do placar pela primeira na temporada. Não se depender de Blake Grupe. Em uma boa campanha, cheia de faltas cometidas pelos Giants, a criança que chuta deu conta de perder um field goal de 52 jardas. Mas a gente já sabia que isso ia acontecer.

O Gigante de New Orleans
Só que tem dia que é de noite. E tem dia que está sol, tem dia que está nublado. E tem dia que é melhor ficar em casa. Era o dia de Darius Slayton ter ficado em casa. Mas ele resolveu ir para o jogo, e somos muito gratos. Antes do fim do primeiro tempo, ele recebeu um passe e em uma disputa com Kool-Aid McKinstry, Demario Davis forçou o fumble recuperado por Jonas Sanker que recuperou uma boa distância, dando a Grupe a chance de finalmente colocar os Saints à frente do placar. Fim do primeiro tempo: Saints 16, Giants 14.
Veio o segundo tempo e o que se viu foi um jogo completamente diferente das duas equipes que começaram o jogo. Nada mais dava certo para os Giants. E, por mais que pareça improvável, quase tudo dava certo para os Saints. Não foi um espetáculo de segundo tempo, mas foi o suficiente para deixar a torcida feliz com o trabalho de Kellen Moore.
Na primeira campanha dos Giants, já no campo de ataque, Jaxson Dart, em um de seus scrambles, teve uma pane mental e esqueceu de proteger a bola e a deixa cair, do nada, de presente para Cam Jordan. Os Saints progridem muito com bom trabalho de Kendre Miller e até com o primeiro passe de Taysom Hill na sua volta, de 19 jardas para Juwan Johnson. Mais um field goal para Blake Grupe, seu quarto no jogo, agora de 28 jardas.

Mas tinha muito tempo no relógio, jogo com placar apertado. Os Giants seguiam tentando virar o jogo, e chegaram à linha de 13 jardas do campo ofensivo. Torcida apreensiva. Só que Cam Skattebo tenta uma corrida pela esquerda, e encontra Bryan Bresee pelo caminho que lhe dá um socão na bola que sobra para Jordan Howden atravessar o campo em um touchdown defensivo de 86 jardas no começo do último quarto.
E para continuar com a péssima tarde do hype dos Giants, Dart foi interceptado duas vezes ainda até o fim do jogo. E as duas nas mãos de Kool-Aid McKinstry. O menino suquinho deu uma recuperada na sua imagem, ele que vinha sendo muito criticado pelos torcedores nesses primeiros jogos. Tomara que seja o que ele precisava para se desenvolver e finalmente tomar o lugar na secundária dos Saints.

Ah, deu tempo para Blake Grupe errar mais um field goal. Mas nada que seja novidade ou que tenha atrapalhado a festa no Superdome e no vestiário. Aliás, o melhor lance dele no jogo foi um tackle para encerrar o retorno depois de um kick off, coisa linda.
Spencer Rattler teve seu melhor jogo como um Saint, completando 20 de 30 tentativas de passe para 225 jardas e um touchdown. O recebedor Chris Olave teve sete recepções para 59 jardas e o running back Alvin Kamara acrescentou 27 jardas correndo e 28 recebendo e Kendre Miller teve outra boa partida com 41 jardas em 10 corridas.

Já podemos nos iludir?
Kellen Moore conseguiu sua primeira vitória como técnico principal, e até recebeu dos jogadores a bola do jogo. E como foi bom ver a festa no vestiário depois de tanto tempo.
Esperamos que continue assim, já que o próximo jogo é contra outro time que está navegando no hype agora, o New England Patriots de Drake Maye, que venceram o Buffalo Bills. O jogo será às 14 horas do domingo, com transmissão novamente pelo GETV.
Se fosse outra situação, eu não ficaria feliz. A chance de ser espancado em transmissão em português não vale a pena. Mas os dois últimos jogos já me deixaram muito mais animado. A possibilidade de vitória não é pequena, dá pra acreditar que os Saints ganham, sim.
E a gente adora se iludir com esse time. Sempre.
Bora, Saints!
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Foto de capa: Cam Jordan (94) pronto para pegar o presente dado por Jaxson Dart (6) no terceiro quarto do jogo entre New Orleans Saints e New York Giants (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)