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Por que as expectativas são altas para Marshon Lattimore e Marcus Williams em 2020

Por que as expectativas são altas para Marshon Lattimore e Marcus Williams em 2020

Por Katherine Terrell 10 de Jun, 2020

O técnico da secundária do Saints, Aaron Glenn, nunca se esquiva de dizer a verdade.

O ex-Pro Bowler e escolha de primeira rodada jogou na liga por mais de uma década e é alguém que não gosta de adocicar as coisas. Portanto, não foi nenhuma surpresa quando falou extensivamente na sobre algumas fraquezas de seus jogadores. Na mesma fala, Glenn ainda iria destacar as forças, como, por exemplo, a habilidade de Malcolm Jenkins em desafiar seus colegas de time.

“Você precisa de caras como ele, que não têm medo de desafiar Cam Jordans, Marshon Lattimores, Marcus Williams. E nós sabemos que ele os desafia para extrair o melhor deles”, disse Glenn. “Por isso eles não tomam isso (como um) insulto. Eles tomam isso como ‘Cara, ele quer me ver jogando em alto nível.’ E como jogador, você também traz consigo algo como ‘Cara, eu preciso garantir que meu jogo melhore.'”

Glenn discutiu estes aspectos e sua visão sobre a secundária numa entrevista para uma mídia local.

The Athletic está fazendo uma série de artigos com os técnicos do Saints durante a pré-temporada. (Leia o artigo com o técnico de linha ofensiva Dan Roushar aqui e com o coordenador defensivo Dennis Allen aqui).

A qualidade de Janoris Jenkins em press coverage pode ser valiosa

Glenn fez uma extensa análise do novo cornerback titular Janoris Jenkins, que foi trazido dos waivers do Giants em Dezembro. Ele acha que o Giants não utilizou o jogador de forma a aproveitar o que ele tem de melhor.

Glenn analisou a carreira de Jenkins e notou que ele foi excelente em press coverage nas suas primeiras temporadas. Mas nos últimos anos, isso se perdeu. Ele acha que o Saints pode usar isso em sua vantagem.

“Ele chegou como um dos melhores corners na liga e ele era realmente um ótimo press corner no começo de sua carreira, fazendo várias jogadas defendendo a bola”, disse Glenn. “Sua carreira começou a se desenvolver e ele foi ficando muito natural como off corner, sendo capaz de antecipar o quarterback e defender a bola. Mas isso não tirou sua habilidade de jogar em press coverage. E eu acho que essa é uma das coisas que nós seremos capazes de extrair, algo que ele não teve muita chance de fazer enquanto esteve no Giants.”

“E isso é o que nós fazemos, somos um time que pressiona, por isso queremos caras capazes de ir até lá e aceitar esse desafio. Quero que ele explore isso novamente, permitindo que ele faça o que ele chegou fazendo muito, muito bem na liga.”

Glenn deu a entender que, com Jenkins, o time tem a habilidade para jogar mais agressivamente em press coverage este ano, embora já tenha funcionado bem algumas vezes mesmo antes do jogador chegar no ano passado.

“Tivemos várias chamadas que na verdade acabaram funcionando muito bem pra nós”, ele disse. “Naquelas que tivemos nossos corners com um pouco mais de visão e com a defesa em split safety. Quando analisamos, mesmo com a nossa defesa em split safety, nós fomos lá e pressionamos um pouco também, mas também permitiu aos nossos corners ter visão da jogada. Eles fizeram um bom trabalho na ocasião, mas, novamente, quando se tem Marshon Lattimore e Janoris Jenkins, queremos estes caras jogando em press man, fazendo o que eles fazem melhor. Eu posso visualizar a gente fazendo de novo muita coisa daquilo.”

Glenn está pronto para desafiar seus jogadores mais jovens

Glenn acredita que Lattimore tem a capacidade de ser o melhor cornerback na liga e ele não ficou acanhado em expressar isso. Ele o desafiou a “ser o cara” ao marcar wide receivers como Mike Evans, e Lattimore respondeu limitando Evans a nenhuma recepção num jogo pela primeira vez desde 2015.

Logo, se ele cobra bastante de Lattimore, ou de qualquer outro jogador da posição, é porque ele vê potencial.

“É hora de Marcus e Lattimore darem o próximo passo. É o que eu espero de ambos. Eu tenho falado com eles durante a pré-temporada e é isso que eles vão fazer, é o que eu espero que façam”, ele disse.

Ele adicionou: “Vou te contar, e acho que eles vão te contar isso também, eu cobro muito desses caras porque vejo grandeza neles. E não quero que eles se limitem a ser apenas jogadores talentosos. Eu quero que tenham o pacote completo de um jogador de NFL, e isso significa não só ir à campo e cobrir um recebedor, não só estar lá no meio do gramado.”

Glenn disse que Williams precisa ser melhor jogando no fundo e precisa se tornar um tackler melhor. Ele quer vê-lo constantemente buscando a bola, mas sem forçar e quer que pare de pensar tanto sobre o que todo mundo acha que ele poderia ser.

“Nós sabemos o tipo de jogador que você é, Marcus, apenas vá lá, jogue futebol e não tente forçar naquelas jogadas”, Glenn disse a ele. “As jogadas acontecem pra você por causa de quem você é pela maneira que você joga. É a mesma coisa com Lattimore. Cara, eu não quero que ele seja apenas um grande cover corner, eu quero que ele seja um dos corners mais inteligentes, porque ele é um corner que dificilmente se vê na liga, por ser um bom tackler e também um jogador físico. Quando se tem um cara assim, nós queremos aproveitar suas habilidades ao máximo, permitir que ele tenha visão de jogo, que possa enxergar o quarterback e que seja capaz de reagir e fazer tackles. Mas eu quero que estes caras sejam jogadores versáteis. Eu não quero que se limitem em nada que façam e vou continuar a desafiá-los neste aspecto.”

A fé de Glenn em Lattimore o colocou como sombra do recebedor nº 1 na maioria das vezes, mas assim como Allen indicou, com Janoris no sistema, mais jogadas com cobertura mano-a-mano devem acontecer.

“Bem, nós sempre traçamos o plano de jogo sabendo exatamente onde Marshon deve estar”, disse Glenn. “Ao trazer outro bom corner, podemos fazer do mesmo jeito com ele, especialmente se nos sentimos bem a respeito dos matchups. Eles podem jogar na esquerda e na direita. Nós também olhamos para o conjunto de recebedores que iremos enfrentar e analisamos como eles se encaixam no jogo de cada um. Com Janoris tendo uma estatura menor que Marshon, às vezes você quer ter Marshon contra o recebedor mais alto, colocando-o (Janoris) no recebedor menor… Temos a capacidade de fazer as mudanças e de encontrar os matchups certos.”

P.J. Williams pode ser deslocado e até jogar como safety às vezes

Glenn admitiu que nem sempre deu o devido valor a P.J. Williams, a quem se referiu como o “canivete suíço definitivo”.

Mas seu respeito por Williams aumentou muito em Dezembro, no jogo contra o Titans. Devido a lesões no time, Williams foi forçado a jogar como safety, posição na qual não jogava desde o high school, saindo-se surpreendentemente bem para alguém que nunca havia jogado nessa posição a nível de NFL.

“Eu consegui falar com P.J. na sideline, instruí-lo no que tínhamos que fazer para que ele jogasse ali… Havia algumas coisas que ele simplesmente sabia sobre como jogar de safety. É sobre isso que eu falava de todos estes veteranos que nós temos. Alguns desses caras, eles sabem como jogar futebol, simples assim”, ele disse. “Você apenas dá a eles alguns parâmetros de jogo e algumas ideias de como fazer certas coisas e eles vão lá e executam. Foi isso que P.J. fez por nós”.

“Eu sei que no beisebol eles têm os jogadores utilitários. Eu não sei se estou dizendo corretamente, mas P.J. pode jogar como safety, seja free ou strong, ele pode jogar em nickel, ele pode jogar em dime, ele pode jogar de corner pra gente. Ele é um jogador muito valioso para nossa defesa, e você ouve técnicos falarem sobre jogadores que jogam em várias posições, eu vejo que ele é um desses caras. Não se fixa uma posição para ele, porque ele pode jogar em várias posições. Eu acho que esta é uma tendência no futebol americano”.

C.J. Gardner-Johnson vai se deslocar bastante também

A escolha de quarta rodada do Saints em 2019, C.J. Gardner-Johnson, foi um dos que brilharam ao final da temporada. À medida que ele foi ficando mais envolvido na defesa, ficou claro que ele era uma das estrelas em ascensão do time.

C.J. Gardner-Johnson joga com muita paixão e isso é inquestionável, mas ao mesmo tempo que isso serve de combustível, também o prejudica, gerando penalidades de unnecessary roughness e uma concussão depois de um choque particularmente pesado no jogo contra o Colts.

Quando perguntado sobre a linha tênue entre manter Gardner-Johnson nas rédeas e deixá-lo jogar com todas as suas forças, Glenn riu.

“Eu diria o seguinte – tem ajudado mais do que prejudicado. É o que eu diria”, disse Glenn. “E você nunca quer mudar a personalidade de um jogador, porque às vezes você tira a sua força. Você apenas tem que ter o controle. Você apenas tem que deixá-lo entender que há uma zona na qual certas coisas são permitidas e outras não, ok? Mas eu quero que você seja você mesmo, vá lá e jogue.”

Glenn disse que algo que Gardner-Johnson pode melhorar em segundo ano é o seu entendimento do esquema.

“A parte mental, não é que ele não seja capaz de aprender o esquema, ele pode, sim. É sobre aprender futebol americano”, disse Glenn. “Eu acho que a melhor coisa para os jogadores nesta liga é o entendimento do jogo. Eles podem conhecer o playbook. Podem ter a técnica que sempre desejaram. Mas se não entendem o que o ataque adversário está tentando fazer, sempre estarão um passo atrás, é isso que eu estou tentando ensinar a todos os nossos jogadores. Estas formações, estas posições, estes caras, eles estão aqui por uma razão, para que entendam o que eles devem fazer antes do snap e ter, assim, uma reação bem mais rápida depois do snap.”

Glenn disse que já está vendo um pouco desse crescimento nas reuniões por posição que eles têm tido via vídeo conferência durante a pré-temporada.

“Ele está gostando disso”, disse Glenn. “Está entendendo exatamente o que o ataque está tentando fazer quando está em certas formações e como está tentando atacar. Ele está ficando melhor nisso.”

Isto é importante, porque Gardner-Johnson vai ser visto muitas vezes jogando no slot nesta temporada, disse Glenn.

“Ele vai jogar bastante em nickel-back para nós no slot“, ele disse. “Ele cobrirá recebedores top da liga no slot e nós não temos medo de colocá-lo ali, cobrindo esses caras, porque ele tem este conjunto de habilidades. Ele é bem adequado para jogar em nickel porque ele é muito compacto. Ele pesa 95 kg, sendo assim, pode jogar no box, pode fazer tackles assim como P.J. fez. Ambos fizeram um trabalho muito bom por nós jogando no box.”

A competitividade do estreante Deatrick Nichols intrigou o Saints

Deatrick Nichols era o líder em interceptações da XFL antes da liga ser descontinuada em Março, mas essa era apenas uma das coisas que apareceram no relatório de olheiros do Saints.

“Quando se olha para Deatrick, a primeira coisa que salta aos olhos é o quanto ele é competitivo”, disse Glenn. “E depois as habilidades com a bola que possui. Isso foi visto não só na XFL, mas também no college. Acho que ele teve algo como 11 interceptações no college, ou seja, a bola o procura. E como um defensive back, eu vejo dois atributos que todos gostam em um DB – ser competitivo e destreza com a bola. E estas são coisas que se destacam quando eu o vejo jogar. Então, ele terá uma chance de chegar e competir. Ele está em ligeira desvantagem, mas nós temos uma visão clara sobre ele. Eu consigo imaginá-lo indo à luta, sem aceitar ficar no banco para ninguém neste time. É esta a mentalidade que ele tem. Queremos caras assim, embora já tenhamos vários bons jogadores de secundária. Ele não tem medo de chegar e competir, de mostrar do que é capaz e de tentar ficar bem na fita.”

Glenn disse que Nichols pode se projetar como um inside corner na NFL, mas com a possibilidade de uma mudança.

“Assistindo-o jogar, hoje, ele não é o melhor tackler, mas há uma possibilidade de que ele jogue como free safety por causa de como ele persegue a bola”, disse Glenn. “Mas eu consigo vê-lo jogando em nickel. Eu realmente vejo esta como sendo sua posição principal. Possivelmente de outside, mas nickel seria sua função nº 1″.

(Photo of Lattimore and Marcus Williams: Stephen Lew / Getty Images)

Traduzido de: theathletic.com

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