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Coluna do Zé: A volta dos que não foram

Coluna do Zé: A volta dos que não foram

Salve, torcedor dos Saints!

Para quem sentiu minha falta, estou de volta. Mas o título da coluna não é sobre mim. É sobre o último jogo mesmo. A derrota, no Caesars Superdome, para o Washington Commanders, no último lance da partida, por 19 a 20. Mas calma, a gente chega lá.

Desde minha última Coluna, sobre a vitória em cima do Cleveland Browns, lá na semana 11, muita coisa aconteceu.

Peço perdão pelo vacilo, coisas aconteceram, me enrolei todo, e deixei de cumprir com minha obrigação de vir falar mal do New Orleans Saints toda semana, ou, em raras exceções, me deixar levar pela total falta de amor próprio e me iludir grandemente com qualquer coisa mínima de bom que acontece.

Enquanto estive fora…

Depois da semana de descanso, lá na distante semana 12, com duas vitórias sob o comando de Darren Rizzi e embalados para tentar uma vaga nos playoffs (por que não?), o New Orleans Saints recebeu o Los Angeles Rams, no Caesars Superdome.

E foi nesse dia que a temporada acabou. Por mais que os Rams tenham tentado a todo custo perder essa partida (o primeiro tempo terminou 6 a 0 para os Saints), no final toda a incapacidade de Derek Carr sobressaiu, a defesa não compareceu no segundo tempo e a esperança (ah, sempre ela) acabou ali, numa derrota por 14 a 21.

Esse foi um belo jogo para me deixar cheio de (mais) ódio. Eu estava com muita raiva. Ainda mais com transmissão na ESPN, para todo o Brasil ver a porcaria que é esse time.

Mas o pior não foi a derrota.

A temporada acabou porque perto do fim desse jogo a máquina de jogar futebol, carinhosamente chamada de Taysom Hill, se machucou gravemente (joelho) e vai perder o restante da temporada. E provavelmente alguma coisa da próxima temporada. Isso se ele voltar a jogar, ele já tem 35 anos.

Que essa não tenha sido nossa despedida de Taysom Hill (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Nesse ponto meu ódio foi substituído por tristeza e desânimo.

O jogo seguinte, em Nova Iorque, contra o New York Football Giants, já não tinha importância nenhuma. Apesar dos dois times terem tentado desesperadamente perder o jogo, o New Orleans Saints conseguiu uma vitória culposa (quando não se tem a intenção de ganhar) por 14 a 11. Se você não viu, vou te dizer uma coisa: agradeça. Você teve uma tarde muito mais feliz que todos nós que perdemos tempo assistindo.

O que vale a pena destacar desse jogo é que o gênio Derek Carr quis substituir Taysom Hill numa jogada de corrida pela lateral, saltou como se não houvesse amanhã e fraturou a mão.

A volta do bom menino

Com a lesão de Carr, chance dos reservas voltarem a jogar. E dessa vez a chance foi dada a Jake Haener, escolha de quarta rodada do draft de 2023. Menino bom, com cara de bom moço. Torcedor dos Saints desde criança, apareceu foto dele com a camisa de Drew Brees quando moleque durante os dias antes do jogo. Agora vai!

Porém… Toda vez que ele entrou para substituir algum quarterback durante um jogo ele simplesmente… não foi. E dessa vez, ele foi lá e provou a todos que acreditavam nele que esses tolos estavam errados.

Simplesmente… Não foi.

Jake Haener em ação na semana 15 (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Durante o tempo que ficou em campo, ele tentou dez passes e acertou apenas quatro, para 49 jardas, todas praticamente em um passe curto para Alvin Kamara que fez todo o trabalho; além disso, correu para sete jardas em uma corrida. Ele não leva jeito para ser quarterback na NFL. Talvez ele dê certo na XFL. Ou na CFL, como chegaram a dizer.

Enquanto isso, o Washington Commanders de Jayden Daniels e Terry McLaurin passavam o rodo com facilidade extrema e o primeiro tempo terminou 14 a 0.

Haener foi interceptado num momento em que estava “indo bem”, e ali a acabou pra ele. Se não fosse por Cam Jordan, Ugo Amadi e Chase Young (e a “lei do ex”) conseguirem sacks em Daniels, a coisa poderia ter sido bem pior, apesar de parecer impossível.

Ugo Amadi (0) indo dar um abraço gostoso em Jayden Daniels (6) (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Experimento Rattler, parte 2

Já que o negócio estava bem ruim, Darren Rizzi e Klint Kubiak trouxeram o quarterback calouro Spencer Rattler para o segundo tempo. Ele que foi titular por três derrotas na primeira ausência de Derek Carr, não mostrou muita coisa. Mas, em sua defesa, ele entrou para o time no auge da desgraça acontecendo. Lesões a rodo, a falta de comando de um técnico pamonha, ausência de linha ofensiva para sua proteção, tudo isso com o peso de ser calouro. Basicamente, ele… não foi.

Mas vai que agora vai?

Não foi.

Mas tenho que deixar claro. Rattler foi muito melhor que Haener. Até pelo entretenimento.

Spencer Rattler entrou no segundo tempo e o jogo melhorou (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

O segundo tempo começou com os Commanders sendo parados por Cam Jordan numa terceira para o gol na linha de duas jardas, seu segundo sack da tarde, e Washington anotou apenas um field goal.

A primeira campanha de Rattler começou com ele errando um passe fácil. Mas a segunda tentativa de passe foi uma recepção de 39 jardas para Marquez Valdes-Scantling. Temos um jogo, baby.

Mas Rattler não foi a estrela ao final dessa campanha. Ela terminou com um touchdown anotado por Alvin Kamara (o primeiro desde a semana 6, acredite) recebendo um passe de 21 jardas do wide receiver Cedric Wilson. Sim foi uma trick play, obra da mente de Kubiak. Uma recepção linda, com uma mão só, daquelas que nos faz amar Kamara.

Uma pena que o Washington tem um bom time e Jayden Daniels, calouro vindo de LSU, tem muita qualidade. Uma campanha de puro talento, que só não feriu com letalidade os Saints porque Chase Young apareceu de novo para lembrar porque foi draftado por Washington. Só que esses três pontos no placar fizeram diferença no final.

Chase Young (99) e a “lei do ex” demonstrada para Jayden Daniels (6) (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Porque os Saints não pararam de lutar, mesmo com todas as suas limitações. E com dois field goals anotados por Blake Grupe, a partida ficou em uma posse faltando sete minutos no relógio do último quarto.

Uma derrota com sabor de vitória?

Os Commanders tiveram a chance de matar o jogo logo após o two-minute warning, mas o kicker Greg Joseph errou um field goal de 54 jardas e deixou boa posição de campo, tempo e esperança (sempre ela) para uma campanha final de Spencer Rattler e sua trupe, já sem Kamara (lesionado) a essa altura do jogo.

E não é que deu? Aos trancos e barrancos, os Saints anotaram um touchdown com o tempo zerado no relógio, com o tight end Foster Moreau, depois de uma jogada parada dentro de campo nos últimos segundos, que foi um pegapacapá pra posicionar a bola e fazer o spike faltando quatro segundos na linha de uma jarda.

Blake Grupe vem fazendo bem o seu trabalho (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Placar em 20 a 19, é só chutar para empatar e ir para uma prorrogação, certo? Sem chance.

Com uma coragem que só os loucos ou aqueles que não tem nada a perder possuem, os Saints foram para uma tentativa de conversão de dois pontos para tentar a vitória, essa linda. Mas a tentativa de passe para o outro tight end, Juwan Johnson foi muita bem marcada, e a vitória ficou com os Cumpadis (me perdoem, resisti até agora).

O que temos agora?

Bom, foi triste, mas foi bom. Se queremos uma posição melhor no draft de 2025, a vitória não ajudaria em nada. Até porque, os Saints já estão eliminados da pós temporada (mesmo o Atlanta Falcons e o Tampa Bay Buccaneers tentando não se classificar) e o que resta é o futuro.

Eu não sei o se passa na cabeça da diretoria dos Saints. Mas só sei que provavelmente não é coisa boa.

Kendre Miller (25) foi bem na ausência de Kamara e se ficar saudável pode ajudar muito no futuro (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

O jogo poderia ser pior. Imagina se Marshon Lattimore consegue uma interceptação na sua volta ao Superdome?

Bom é ver que Spencer Rattler pode ter futuro, se derem proteção a ele como deram nesse jogo, e se trabalharem direitinho com ele. Não é tão desesperado, é meio maluco. Mas é calouro. Vamos ver no que vai dar.

O próximo jogo é a prova de que Deus não existe mesmo e se existisse ele não gosta do torcedor do New Orleans Saints. Teremos esse time num Monday Night Football, contra o Green Bay Packers, no calor da semana de Natal no Wisconsin.

Derrota certa, mas o que queremos é um bom desempenho. Que Rattler siga melhorando, que Kamara possa voltar e bater mil jardas corridas pela primeira vez na carreira.

E para nós, na torcida, basta torcer pelo ENTRETENIMENTO. E Rattler parece ser o cara certo para isso. Para o bem e para o mal.

Bora, Saints!

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Foto de capa: Alvin Kamara e sua recepção espetacular para touchdown (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

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