Coluna do Zé: Duas semanas, duas impressões

Coluna do Zé: Duas semanas, duas impressões
Salve, torcedor dos Saints!
Já começo pedindo desculpas aos meus três leitores, infelizmente a vida pessoal e o trabalho me impediram de escrever sobre o New Orleans Saints e a semana 3 da temporada em tempo hábil para publicação da Coluna do Zé sobre a derrota para o Seattle Seahawks por 44 a 13.
Mas nada como uma semana após a outra, e uma nova chance de ser derrotado.
Veio a semana 4 e o New Orleans Saints foi ao Highmark Stadium, em Orchard Park, Nova York, na área metropolitana de Buffalo, para apanhar feio do Buffalo Bills, liderado por Josh Allen, um dos melhores times e candidato ao Super Bowl, e geral achou que os Saints ia apanhar mais que o Wanderlei Silva durante e após a luta contra o Popó.
Mas não foi nada disso que aconteceu, e para surpresa de muitos, incluindo este que escreve aqui, tivemos um jogo, apesar da derrota por 31 a 19. E os Saints seguem firmes e fortes na luta pela primeira escolha do draft de 2026.
Sem nenhuma sintonia em Seattle
Nesses quase 10 anos em que descobri que sou torcedor dos Saints (antes eu já era, só não sabia disso), eu não me lembro de ter visto um jogo com tanto tempo de garbage time (minutos finais de uma partida em que o placar está decidido, com uma vantagem grande e irreversível para uma das equipes).
Foram três quartos de duração. O jogo ficou condicionado e acabou ali, aproximadamente com 10 minutos corridos no relógio. O primeiro quarto terminou com o placar de 21 a 0 para os Seahawks e o primeiro tempo terminou 38 a 6.

Tudo aconteceu muito rápido. Os Saints têm a primeira posse, e tiveram um turnover-on-downs para começar bem. Na primeira campanha dos Seahawks, touchdown em 2 minutos e 32 segundos. Cerca de dois minutos depois, novo touchdown dos Seahawks, agora em um retorno de punt de 95 jardas, recorde da franquia.
Na campanha seguinte dos Saints, o punt de Kai Kroeger foi bloqueado, os Seahawks começaram a campanha na linha de 11 jardas do campo ofensivo, e anotou o touchdown em duas jogadas, com o running back Kyle Walker.
No segundo quarto, os Saints anotam um field goal depois de uma boa campanha. Mas aí os Seahawks anotam mais um touchdown em 5 jogadas, incluindo um passe de 60 jardas de Sam Darnold para Jaxon Smith-Njigba. Bola com os Saints novamente, agora um punt de boa. Na campanha seguinte, novo touchdown de Seattle, novamente com Kyle Walker.
Se tudo está ruim, é claro que Blake Grupe pode piorar. E a criança que chuta foi lá e perdeu um field goal de 52 jardas. O seu terceiro em três jogos na temporada. Parabéns aos envolvidos. Tempo para o Seahawks anotar um field goal, deixando o seu placar em 38 pontos, e os Saints anotaram um field goal para encerrar o segundo quarto, num jogo que não deveria ser assistido por nenhum torcedor dos Saints, a gente não merecia isso.
Se já parecia um garbage time no segundo quarto, os terceiro e quarto quartos foram alguma coisa pior, que eu não vi. Deixei a TV ligada, mas fui cuidar dos gêmeos, dar banho, fazer o jantar deles, colocar pra dormir.

Vi que os Seahawks anotaram mais dois field goals sem resposta dos Saints, no terceiro quarto, e só no último quarto, o tight-end Jack Stoll anotou um touchdown para os Saints, o primeiro de sua carreira, num passe de 13 jardas de Spencer Rattler.
O quarterback Spencer Rattler teve 28 de 39 para 218 jardas com um touchdown e uma interceptação sofrida, sua primeira na temporada. O recebedor Chris Olave teve 10 recepções para 57 jardas e o running back Alvin Kamara teve 18 corridas para 42 jardas. O quarterback Tyler Shough entrou no final do quarto período. O running back Kendre Miller acrescentou sete corridas para 27 jardas. Mas nada aqui é digno de aplausos.

Umas das piores atuações do time, que eu me lembre. Foram 11 faltas aceitas contra o time do New Orleans Saints, resultando em penalização de 77 jardas. Isso, somado aos erros do time de especialistas, deu a impressão, exagerada, de que os Saints são o pior time da NFL na temporada atual.
Nós sabíamos que seria ruim, mas não tão ruim assim. Melhor mandar todo mundo embora, começar do zero. Quem sabe até fechar a franquia, se mandar da cidade e começar em um novo lugar?
Uma surpresa
Na semana 4, depois de passar vergonha em Seattle, era a vez de encarar o Buffalo Bills. E seria transmitido pela ESPN Brasil, no domingo, no primeiro horário. Uma mistura de “se preparem para o pior” com “salve-se quem puder”, por assim dizer. Nada melhor que uma humilhação ao vivo na TV para acabar com o domingo do torcedor do New Orleans Saints.
Mas como eu já disse antes, aqui fomos surpreendidos (novamente). A ponto de em certo momento do jogo ter torcedor perguntando “o que está acontecendo?!?”. O New Orleans Saints lutou, e muito, mas acabou perdendo para o invicto Buffalo Bills por 31 a 19 num bom jogo, que mostrou coisas boas.

Na primeira posse dos Bills, touchdown num passe de 43 jardas de Josh Allen para Khalil Shakir. Nada espantoso aqui. Mas na primeira posse dos Saints, touchdown numa corrida de Kendre Miller de 18 jardas. Fazia tempos que esse time não anotava touchdown na primeira campanha. E correr bem com a bola foi uma das boas coisas vistas nesse jogo, tanto Miller, quanto Alvin Kamara e Spencer Rattler correram bem com a bola durante todo o jogo.
Mas o time dos Bills é superior, e o primeiro quarto terminou 14 a 7, com um touchdown terrestre de James Cook. No começo do segundo quarto, os Saints não aproveitaram a posse de bola, mas na campanha seguinte dos Bills, o safety calouro Jonas Sanker interceptou Allen, o MVP da temporada 2024, e mostrou que tem valor em uma temporada tão complicada. Primeira interceptação da carreira de Sanker.
O jogo foi mantido equilibrado muito na conta da defesa jogando bem, incluindo dois sacks em Allen, com os defensive ends Cam Jordan e Carl Granderson. Jordan conseguiu o seu sack 124 da carreira. O defensive tackle Bryan Bresee também conseguiu um tackle mais adiante no jogo.

Mas em compensação o ataque vacilou muito, principalmente na red zone, e o time dos Saints não conseguiu fazer os pontos que precisava. Incluindo uma interceptação numa tentativa de Philly Special na linha de 5 jardas, numa tentativa de passe de Chris Olave para Spencer Rattler. Uma pena, seria a liderança no placar momentos antes do intervalo.
No fim das contas, Buffalo também correu bem com a bola com James Cook correndo para mais de 100 jardas pelo terceiro jogo consecutivo. E o quarterback Josh Allen lançou dois passes para touchdown e correu para outro.
Chris Olave recebeu um passe para touchdown de 3 jardas no terceiro quarto, mas a tentativa de dois pontos não teve sucesso, e o o placar ficou em 21 a 16 naquele momento. Um segundo field goal de Blake Grupe deixou em 21 a 19, mas Buffalo respondeu imediatamente com outro pontuação. Os Saints marcharam para o território de Buffalo, mas não tiveram sucesso em suas tentativas.

A unidade de especialistas dos Saints foi melhor que no jogo anterior, mas um dos kickoffs não chegou à zona de pouso obrigatória e Nephi Sewell cometeu uma falta de roughing the punter, devolvendo a bola a Buffalo, permitindo que os Bills esgotassem a maior parte do relógio.
Mas no fim, foi um bom jogo dos Saints, inesperado depois da apresentação pífia e patética em Seattle. Tanto na defesa quanto no ataque. Rattler acertou 18 de 27 passes para 125 jardas e correu com a bola seis vezes para 49 jardas. Kamara teve 15 corridas para 70 jardas e Miller teve 65 jardas em cinco corridas e um touchdown.
O time mostrou luta, apesar da derrota, e mostrou que possui valores que podem ajudar em uma reconstrução no futuro próximo. Quem sabe? Vai que o GM Mickey Loomis resolve não atrapalhar? Já seria de muita ajuda.

Será que ela vem?
Depois de rodar na costa oeste e na costa leste, os Saints voltam para o Caesars Superdome, no próximo domingo, às 14 horas, para enfrentar o New York Giants. Giants que conseguiram a primeira vitória, agora com o quarterback calouro Jaxon Dart liderando o ataque, mas sem o receiver Malik Nabers (fora da temporada).
O jogo será transmitido novamente na TV brasileira, agora pela GETV (novo canal para internet do Grupo Globo), no YouTube e no Globoplay.
Se o New Orleans Saints quer ao menos uma vitória na temporada, essa é a hora. O jogo contra o New York Giants é um jogo acessível, o que não quer dizer exatamente nada sobre as possibilidades de vitória dos Saints.
Mas eu não quero nem saber. Quero aproveitar, ser feliz com mais um jogo do time do meu coração, o que é provável que não aconteça, mas até aí… Que venha a primeira vitória!
Bora, Saints!
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Foto de capa: A defesa até que fez bem o seu papel, segurando o poderoso ataque de Buffalo (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)