Mantendo uma tradição viva

Mantendo uma tradição viva
Por José Eduardo Zanon
Os Saints entraram em campo para o último jogo da pré temporada no domingo à noite, provaram que são conservadores e não quebraram uma das suas tradições mais antigas.
O New Orleans Saints é o único time na história da NFL que nunca passou invicto pelos jogos da pré temporada.
Daí o torcedor pode me perguntar “mas do que isso importa?” e eu vou respirar fundo, fingir condescendência e dizer “simplesmente para nada…”. Aliás, só fiquei sabendo disso esse ano, se minha memória de peixe não estiver me traindo, e só depois que o jogo acabou.
Depois de vencer o atual campeão no Caesars Superdome (e mostrar que vai ganhar o Superbowl esse ano) e viajar e bater o Los Angeles Chargers num jogo sofrido (de assistir) com a defesa brilhando entre tempestades tropicais e inundações, voltamos ao Superdome para o último jogo contra o Houston Texans. Quase todos os jogadores que entraram em campo vão ter pouco ou quase nenhum envolvimento na temporada, salvo em caso de contusões, suspensões, essas coisas que nunca acontecem lá em New Orleans.

Teve coisas simples mas bem legais, como a breve homenagem à figuraça do Mark Ingram, o terceiro, que agora que está aposentado foi contratado e será comentarista da temporada de College Football por um canal de TV (sua marca aqui), que junto com o histórico RB Deuce McAllister e nossa estrela atual Alvin Kamara, iniciaram o tradicional Who Dat Chant no Superdome antes da partida começar. Ingram é puro carisma.
O jogo começou com um quase fumble do retornador Jontre Kirklin no kick off, e isso dava sinais que o jogo não ia ser daqueles bons. Enquanto o QB Jameis Winston liderava o ataque com um mix de jogadores que ainda deve ser aproveitado durante a temporada, parecia ter jogo, apesar da linha ofensiva mostrar graves deficiências com os jogadores que estavam em campo. O RB calouro Kendre Miller continuou a brilhar, apesar de não muito.

A defesa ainda estava bem, alguns jogadores como o LB Jaylon Smith, o DE Niko Lalos e o veterano DT Malcom Roach continuaram a se destacar, como nos jogos anteriores. O kicker calouro Blake Grupe continuou a pressionar o veterano Will Lutz, mas errou uma tentativa de 60 jardas no fim, e pode ser definitivo para o nosso veterano continuar no nosso roster, já que ele tem ido bem no seu trabalho.
O destaque foi para nosso TE veterano, Jimmy Graham, que mostrou que voltou e está ali se precisarem dele. Recebeu passes que seriam contestados se ele não fosse um gigante, e fez um touchdown num passe de três jardas de Winston no canto da endzone, comemorou fazendo graça como se fosse enterrar no Y (como nos velhos tempos de entortar o Y em Atlanta – Saudades!) mas refugou na hora final. Não precisa quebrar o Y do Superdome. Em outros estádios da NFC South está liberado (só precisa se lembrar da multa).

O QB calouro Jake Haener jogou por quase três quartos do jogo, e mostrou que é calouro mesmo. Precisa ser moldado, precisa melhorar algumas coisas, mostrou atitude, mostrou até capacidade numa corrida de 26 jardas, mas ficou com 17 acertos de 38 tentativas de passe. Temos que ressaltar que ele estava jogando com o restolho, mas temos que lembrar que também era contra o restolho. Então, fica por sua conta a avaliação. Na minha, o Winston ainda é o QB2, e nós precisamos torcer pela saúde no nosso QB Derek Carr. Quem é de reza, é melhor rezar.
Fora isso, agora confesso que dormi no meio do último quarto. Mas não faz muita diferença. Perdemos, continuamos sem passar invictos pela pré temporada, e agora é esperar o corte para adequar o roster aos 53 jogadores que iniciarão a temporada. Isso rola nessa terça-feira, dia 29 de agosto.

Agora temos um final de semana de descanso enquanto os times fazem os últimos ajustes para o início da temporada, no dia 7 de setembro, com Kansas City Chiefs recebendo o Detroit Lions. O New Orleans Saints estreia no Caesars Superdome no domingo, dia 10 de setembro, às 14 horas de Brasília, contra o Tennessee Titans. A transmissão vai ser do DAZN (uma lástima), mas o Red Zone da ESPN no Star+ vai mostrar os melhores momentos “ao vivo”.
Pra mim, o trem do hype está indo muito bem, obrigado. Na próxima semana eu comento sobre minhas expectativas e dou pitaco sobre a expectativas que ando vendo e lendo por aí.
Enquanto isso, é semana de draft nas ligas de Fantasy Football em geral. Ontem, na segunda-feira dia 28, foi o draft de uma das ligas do Fantasy Solidário promovido pelo pessoal aqui da Saints Brasil (Mundo Who Dat), liderado pela querida Jéssica. Se você não pode participar esse ano, venha para o próximo, o Fantasy é divertido e a gente faz amizades. Ou não. Porque a bagaça é viciante. Quando você vê, está participando de 12 ligas, muitas com gente que você nem conhece, ficando louco com escalações, desesperado com as pontuações, e querendo beijar o Chris Olave que fez um touchdown de 65 jardas para seu time no Fantasy. Ou quer matar o Kamara, que você deixou pra pegar mais tarde porque ele está suspenso por três jogos, seu “amigo” draftou e ele marca 6 touchdowns contra seu time. Desespero define.
E que venha uma boa temporada de NFL e de Fantasy Football para todos nós.
Bora Saints!
PS: Essa coluna foi escrita antes do corte do roster para 53 jogadores. Com certeza eu elogiaria alguém que seria cortado. Não deu outra. Will Lutz trocado para o Denver Broncos e o Jaylon Smith foi dispensado num primeiro momento.
Venha me ver falando bobagem e sofrendo com o New Orleans Saints em outros lugares, no antigo Twitter e no Instagram.