Pré-jogo: O início da guerra divisional
Pré-jogo: O início da guerra divisional
Não foi necessário muito tempo para que todos os torcedores do Saints lembrassem o que é torcer para esse time. O que a semana 1 trouxe foi o que o popular costuma chamar de “Suco” de New Orleans Saints: emoção, sofrimento e, para variar, vitória com apenas uma posse de diferença (um ponto apenas, para ser mais exato).
Apesar de toda essa mística de New Orleans, fazendo uma análise mais fria da última semana, visando o que deve ser mantido e melhorado para a semana dois, as coisas não fugiram muito do esperado. As certezas foram comprovadas com uma atuação excepcional da defesa, não cedendo nenhum touchdown para a equipe de Tennessee com direito a uma atuação de gala de Marshon Lattimore, e, do lado ofensivo, a liderança já esperada do novo QB Derek Carr trouxe bons frutos.
Quanto as incertezas, algumas delas se tornaram pontos positivos, mas algumas se provaram pontos a melhorar. Positivamente, tivemos a “nova” linha defensiva pressionando bastante o quarterback adversário, a secundária aparecendo muito bem e o time de especialistas, especialmente os novos chutadores, fazendo muito bem seu trabalho. Do outro lado da moeda, alguns pontos negativos foram muito evidenciados, com destaque para a atuação horrível da linha ofensiva, com exceção de Ryan Ramczyk.
Essa introdução remetendo a semana 1 é basicamente um spoiler de pontos que devem ser observados na semana 2. Com foco na manutenção dos pontos positivos e principalmente, no aumento da química existente entre Derek Carr e os recebedores, algo que já se mostrou muito positivo na semana 1, mas que tende a trazer frutos ainda maiores conforme as semanas vão passando. Entretanto, o principal ponto para que essa evolução seja vista não depende de nenhuma dessas partes. Na verdade, depende da unidade mais inconstante deste time, pois se a linha ofensiva não der tempo para o ataque fluir, é impossível julgar alguma evolução nas outras partes.
A questão da linha ofensiva deve ser ainda mais importante essa semana, pois iremos enfrentar uma defesa que forçou 4 sacks na primeira semana diante do Atlanta Falcons, ajustes precisam ser feitos. Apesar da derrota, a defesa do Carolina Panthers mostrou que não vai entregar nada de graça nessa temporada e, na estreia diante de seu torcedor em uma rivalidade de divisão, pode-se esperar um ambiente totalmente hostil esperando Derek Carr e seus amigos.
Acredito ser interessante salientar novamente a importância de vencer jogos de divisão nessa temporada. Sempre é crucial, é claro, mas essa temporada que está se mostrando muito equilibrada na NFC Sul, ganhar os confrontos de divisão será primordial para garantir uma vaga na pós-temporada. Dito tudo isso, somos vacinados o suficiente para saber que o Saints costuma pipocar contra os adversários de divisão. Ano passado, por exemplo, foi marcado por duas derrotas do Saints contra o Carolina Panthers.
Isso nos dá uma boa conexão para analisarmos o histórico do confronto. Saints e Panthers já se enfrentaram 56 vezes na temporada regular, com um equilíbrio incrível de 28 vitórias para cada lado. O confronto entre as equipes no Wild Card de 2017 da uma ligeira vantagem de uma vitória a mais para a equipe da Louisiana. Metade desses jogos foram decididos por apenas uma posse de bola e, conforme mostrado acima, o último confronto acabou com uma vitória do Carolina Panthers por 10×7 em New Orleans na última semana da temporada passada, em um jogo que literalmente não valia mais nada para ambas as equipes.
Falando sobre o time do Panthers, a equipe abraçou a reconstrução recentemente e possui um elenco com ótimas peças jovens, mas que, pela inexperiência, podem ser considerados o time mais fraco dessa divisão. O ataque é liderado pelo novato e muito promissor QB Bryce Young, tem Miles Sanders como a experiência no corpo de RBs, e contratou bons alvos para Young em DJ Chark e Adam Thielen, além do novato Jonathan Mingo. Do outro lado da bola, a defesa conta com belos nomes na linha defensiva como Brian Burns, Derrick Brown e o ex-Saints Shy Tuttle, Shaq Thompson e o experiente Justin Houston no corpo de linebackers, e Donte Jackson e o ex-Saints Vonn Bell como cabeças da secundária.
O Injury Report do jogo trás, do lado de Carolina, o CB Jayce Horn fora (colocado no IR), DJ Chark (WR) questionável, assim como Taylor Moton (OT). Já do lado do Saints, após perder Payton Turner colocado no Injured Reserve, a equipe pode não contar com J.T. Grayy (DB) e Kendre Miller (RB) questionáveis que já não jogaram na semana 1.
A partida entre as equipes terá olhares de todos os cantos pois é um dos únicos jogos do Saints em horário nobre na temporada. Com um dia a mais de descanso, a partida irá ocorrer na Carolina do Norte na segunda-feira (18) às 20h15, horário de Brasília, com transmissão dos canais ESPN, e já se mostra um confronto muito importante para as pretensões de pós temporadas para a equipe Black&Gold. Para não fechar com muito otimismo dessa vez, trago uma estatística de que, apesar do Saints ter vencido as cinco últimas estreias na NFL, a equipe não começa 2-0 uma temporada desde o ano de 2013, isso mesmo, em 2023 completa 10 anos que o Saints não começa a temporada com duas vitórias – número místico, talvez.
Imagem destacada: Stephen Lew-USA TODAY Sports.