PRÉ-JOGO: Que venham os Eagles
PRÉ-JOGO: Que venham os Eagles
Chegamos na semana 3. Para muitos, ainda é cedo para projeções, porém, vale relembrar a última frase do pré-jogo passado: “Em caso de uma improvável vitória, está autorizada oficialmente a ilusão rumo ao Super Bowl LIX.”. Dessa forma, sem hipocrisias, os Saints chegam 2-0 para o próximo desafio rumo ao Super Bowl.
E a ilusão está liberada, acima de tudo, não pela vitória em si, mas em como se deu a vitória diante de um time que passou a temporada passada inteira sem perder um jogo em casa. Um 44×19 diante de uma forte equipe faz com que seja possível acreditar que, em um bom dia, os Saints sejam capazes de encarar qualquer time da liga. É com essa confiança e mentalidade que a equipe volta para casa para receber outro grande time, o Philadelphia Eagles (1-1).
Após uma estreia com vitória jogando no Brasil, o time da Pensilvânia sofreu contra a forte defesa dos Falcons, mesmo jogando em casa, e acabou amargando uma derrota no final em pleno Monday Night Football. Isto pode ter abalado a confiança dos Eagles, mas também pode servir como motivação para que viagem até New Orleans sedentos para recuperar a vitória perdida em casa.
É de se ter em conta, no entanto, que quem espera a equipe da Philadelphia é simplesmente o time mais quente da liga no momento, o New Orleans Saints. Donos de incríveis 91 pontos em dois jogos, a defesa e, principalmente o ataque, jogaram feito música nas duas primeiras semanas. Já foi comentado anteriormente como o “momentum” é muito importante e como os Saints podem utilizar isso ao seu favor. É nessa confiança e aura (palavra na moda) atual que o time de New Orleans chega, de uma maneira improvável, como favoritos para esse confronto.
Porém, existe a obrigação de informar que nem tudo são flores. Apenas o que foi feito nas últimas partidas não garante nada, é necessário manter o bom desempenho nos dois lados da bola para que a equipe de fato se estabeleça como competitiva, ainda mais em uma divisão que aparenta ser bem mais forte do que nos últimos anos. Existem alguns “poréns” nessa história, não vai ser possível fazer mais de 40 pontos todo jogo, é necessário sempre estar atento e fazer funcionar mesmo quando o “momentum” diminuir. Dessa forma, aqui estão alguns pontos para ficar de olho neste próximo confronto.
Jogo terrestre do adversário
Apesar de se relacionar com o próximo tópico, o foco aqui será nos running backs. Isto porque, nas primeiras semanas, o New Orleans Saints não enfrentou ataques que possuem um bom jogo terrestre e, junto estar sempre a frente do placar, contribuiu com que a defesa cedesse uma média de apenas 63 jardas por jogo. Neste partida, teremos um desafio a parte, uma equipe que baseia seu ataque no jogo terrestre e teve como aquisição ninguém menos que Saquon Barkley, que lidera o jogo terrestre dono de 165 jardas de média por jogo.
A defesa vs QBs móveis
Mesmo também fazendo parte do jogo terrestre, este problema crônico da defesa de New Orleans merece um tópico solo. Durante anos, a equipe se acostumou a sofrer contra quarterbacks móveis, não obtendo sucesso em muitos dos jogos contra estes QBs. Nas primeiras semanas, a equipe não enfrentou e, consequentemente, não sofreu com este problema, porém o teste de fogo ocorrerá nesta semana, visto que Jalen Hurts correu 13 vezes em cada um de seus dois jogos no ano.
Derek Carr é real?
Estamos vivendo uma experiência inexplicável de Derek Carr até o momento na temporada. O quarterback mudou da água para o vinho e, com o restante do ataque favorável, lidera o melhor ataque da liga com sobras nessas duas semanas. Porém, é o famoso “quem não te conhece que te compre”. O que se conhece na NFL é outro Derek Carr que, inevitavelmente se imagina que pode voltar a tona à qualquer momento. Este tópico serve mais para que se possa observar de fato uma constante na mudança de postura e tomada de decisão do QB da casa.
A criatividade do ataque
Klint Kubiak está em sua primeira experiência como coordenador ofensivo e, até o momento, não poderia ter se saído melhor. Porém, isso significa que, até certo ponto, as defesas não sabiam o que esperar do ataque dos Saints. As semanas vão passando, vai se criando uma identidade e, ao mesmo tempo, as defesas possuem mais materiais para estudar sobre este poderoso ataque. Isto significa que, possivelmente, alguns ajustes terão de ser feitos durante as partidas, e será um ponto interessantíssimo acompanhar se Kubiak seguirá nos surpreendendo positivamente.
Como sempre, as lesões
As lesões, novamente, são um ponto de atenção para a partida. Enquanto os Saints possuem 12 nomes em sua lista, o Philadelphia Eagles conta com apenas três. Do lado dos Eagles, A.J. Brown está fora e C.J. Gardner-Johnson listado como questionável. Dos destaques dos Saints, o TE Taysom Hill (peito), o S Will Harris (canela) e o OT Landon Young (pé) estão listados como questionáveis, enquanto o DT Khalen Sounders (panturrilha) está fora novamente.
Todos estes pontos de atenção, apesar de relevantes, não tiram o fato do desempenho dos Saints nas primeiras semanas ter sido incrível e que existem todos os motivos possíveis para acreditar que a temporada vai ser bem melhor do que muitos esperavam. Isso também se reflete em mais partidas televisionadas para o Brasil, pois o bom desempenho garantiu mais uma aparição na ESPN às 14 horas, horário de Brasília. Uma vitória nesse difícil confronto pode representar a consolidação das expectativas criadas sobre este time.
Texto de Ivan Martins.
Imagem destacada: Eric Hartline | Imagn Images.