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COLUNA DO ZÉ: Tristeza, terror ou tragédia?

COLUNA DO ZÉ: Tristeza, terror ou tragédia?

Por José Eduardo Zanon

Salve, torcedor dos Saints!

E aí, como você está? Assistiu ao jogo do New Orleans Saints na semana 6 dessa temporada? Uma derrota vexatória para o Houston Texans, por 20 a 13? Como você está se sentindo? Surpreso? Indignado? Conformado? Triste, desmotivado, sem vontade de cantar uma bela canção?

Pois é. Vou lembrar uma frase que coloquei na Coluna do Zé da última semana, após a vitória acachapante contra o New England Patriots (que você pode conferir clicando aqui): “E aí? O que você acha? Comente se você acha que essa vitória é uma cilada ou ela é o “agora vai” do nosso ataque”.

Exatamente isso. Vou usar o “eu já sabia”, sim. Mas não só eu. Muita gente já sabia. Ganhar de um dos piores times da liga, o pior time dos Patriots desde o surgimento de Tom Brady, um time que estaria se esforçando para ser rebaixado (se rebaixamento houvesse, óbvio), é claro, não significaria muita coisa.

O desempenho do ataque foi apenas regular depois de uma semana de muita pressão em cima do head coach Dennis Allen e principalmente do coordenador ofensivo Pete Carmichael. Serviu apenas para aliviar momentaneamente as críticas e cobranças. E foi o suficiente para o ataque do time voltar ao padrão patético.

Definição de patético, segundo o dicionário Oxford: adjetivo substantivo masculino; que ou o que tem capacidade de provocar comoção emocional, produzindo um sentimento de piedade, compassiva ou sobranceira, tristeza, terror ou tragédia.

Cada pessoa reage de uma maneira diferente. A maioria fica p…ossessa da vida. Já externei um pouco da minha indignação com esse time mal treinado verbalmente no episódio 118 do nosso podcast que sai essa semana. Vai lá conferir para passar raiva junto comigo, a Jéssica e o Luca (@SaintsBRXLIV).

E o que eu vi no domingo foi aquilo que eu já esperava. Mas estava torcendo para não acontecer. A esperança é o que mata o torcedor dos Saints. Um começo de jogo fraco, um primeiro tempo horrível. Tanto da defesa, que permitiu 17 pontos para os Texans, com dois TD lançados pelo QB calouro C.J. Stroud, quanto do ataque, que ainda teve um touchdown num passe do QB Derek Carr de 34 jardas para o WR Rashid Shaheed, o único dos Saints na partida.

O WR Rashid Shaheed proporcionando um raro momento de alegria aos torcedores. (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Ao fim do jogo, Carr acertou 32 de 50 tentativas de passe para 353 jardas com um touchdown e uma interceptação. O running back Alvin Kamara teve 19 carregadas para 68 jardas e sete recepções para 36 jardas. Shaheed teve duas recepções para 85 jardas, sendo uma de 51 jardas no quarto período que colocou a equipe em posição de pontuação desperdiçada. O WR Chris Olave teve sete recepções (em 12 tentativas) para 96 jardas e a máquina de jogar futebol americano Taysom Hill teve sete recepções (em 12) para 49 jardas, além de correr e lançar como sempre.

No segundo tempo, os Saints perdiam por 17 a 10, mas a defesa entrou em campo e manteve Stroud e o ataque dos Texans fora da end zone, mas New Orleans não conseguiu finalizar os drives. A defesa dos Saints foi a responsável pela primeira interceptação sofrida por Stroud em sua carreira.

O linebacker Demario Davis (Deusmario!) e o defensive end Carl Granderson (está jogando muito, justificando o alto salário) tiveram sacks para os Saints e o LB Zack Baun conseguiu a interceptação, mas se atrapalhou durante o retorno e sofreu um fumble recuperado por Houston. Tem coisas que acontecem com os Saints que explicam tudo sobre a história da franquia.

O DE Carl Granderson é um grande homem. (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

O kicker novato Blake Grupe perdeu duas tentativas de field goal, sendo uma de 29 jardas no terceiro quarto, e os Saints foram parados em uma jogada de quarta para quatro jardas na red zone no último quarto.

Os Saints tiveram um último drive para tentar empatar o placar, mas foram parados em uma interceptação de Houston. Se não fosse os erros da criança que chuta, provavelmente um field goal aqui poderia dar a vitória aos Saints. Mas não é assim que a banda (de jazz) toca em New Orleans.

Durante todo o jogo, o ataque dava a sensação de que não sabia o que estava fazendo ali em campo. O ataque é muito mal treinado. O touchdown e as chegadas na red zone no fim do jogo pareciam exceções em meio a péssimas escolhas de jogadas.

Kamara só corre pelo meio e recebe passes atrás da linha de scrimage, nas laterais, para pouco avanço. Basta ver os números finais dele. E sigo sem entender a expressão dele, numa conversa acalorada com Jameis Winston, na sideline, quase no fim do jogo.

O WR Michael Thomas não é utilizado da maneira que jogou quando bateu o recorde de recepções em uma temporada. Olave é subutilizado, e quando utilizado é mal utilizado. Shaheed em rotas “go” o tempo todo fica fácil de ser marcado.

Hill ter o mesmo número de tentativas de passe que Olave, mesmo sendo utilizado como tight end recebedor na maior parte do jogo, para mim é sintoma de que quem é responsável pelo ataque está completamente perdido.

Os último quatro drives terem chegado à red zone e terem sido convertidos em apenas 3 pontos é desesperador. É impossível ter vitória desse jeito.

Em New Orleans é proibido deixar esse homem fazer grandes jogadas. (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)

Um outro indicativo de que o time é muito mal treinado é o alto número de faltas, que vem se repetindo com certa frequência. Mais uma vez, elas estavam lá, foram 83 jardas cedidas em 7 penalidades.

A derrota no jogo dessa semana 6 pode ter vários responsáveis indiciados. O K Blake Grupe e seus erros que já nos custaram duas vitórias, o QB Derek Carr e seu histórico ruim na red zone, a comissão técnica personificada no OC Pete Carmichael. Mas o ataque dos Saints vem sendo ruim há um bom tempo. E só uma dessas peças está há um bom tempo na franquia.

Carmichael precisa sair. Devia ter saído depois da derrota para os Buccaneers na semana 4. Devia ter saído ao final da temporada passada. Não devia ter sido trazido de volta, antes da temporada de 2022, quando se aposentou. E por isso Dennis Allen deveria sair do cargo de head coach e voltar a ser o excelente coordenador defensivo que ele é.

Em toda entrevista que Carmichael dá, são claros os sinais de que não sabe o que está fazendo. Gagueja, dispersa, muda de assunto, gagueja de novo, não responde o que foi perguntado, usa respostas evasivas e pré programadas, gagueja, balbucia palavras incompreensíveis. Passou do limite do aceitável.

Não lembro quem foi que disse isso, peço perdão. Mas achei perfeito. Você não pode ter o ataque do Sean Payton sem o Sean Payton. Até porque Sean Payton não consegue usar o ataque do Sean Payton sem Drew Brees.

O New Orleans Saints tem uma defesa de elite. Que está sendo desperdiçada com um ataque de medíocre a ruim, pra não dizer péssimo. Que também está desperdiçando excelentes jogadores, craques desse esporte. Tem solução? Tem. Mas não do jeito que está há mais de uma temporada.

As coisas precisam mudar. Mas não vão mudar para a próxima semana. É uma semana curta, com o jogo do Thursday Night Football contra o Jacksonville Jaguars acontecendo dentro de 4 dias apenas. E pra ajudar, tem uma lista bem extensa de lesionados, que precisam ser acompanhados no Injury Report ao longo da semana curta.

O que nos resta é torcer para um milagre, de novo, no Caesars Superdome, que a nossa defesa continue fazendo o seu papel (e muito mais), dando ao ataque campo curto, pra ver se pelo menos assim vai. Pra melhorar dessa temporada 3-3. Pra ver se, já que fomos enganados, pelo menos ainda temos solução de verdade. Ou se vai ser mais uma temporada desperdiçada, em que todas as esperanças não passaram de ilusão.

Bora, Saints!

Venha me ver falando bobagem e sofrendo com o New Orleans Saints em outros lugares, no antigo Twitter e no Instagram.

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