Coluna do Zé: O limite foi alcançado
Coluna do Zé: O limite foi alcançado
Salve, torcedor dos Saints!
O título desta Coluna também poderia ser “Um adeus há muito esperado”.
Mas, bem, vamos seguir por aqui. A gente chega lá.
Voltei. Por problemas pessoais, não consegui escrever a Coluna do Zé da Semana 8, a derrota do New Orleans Saints para o Los Angeles Chargers, por humilhantes 26 a 8. O problema se chama dias de folga e procrastinação. Peço que me perdoem.
Dito isso, não haveria muita coisa diferente a escrever. A não ser que o fim da experiência Spencer Rattler chegou ao fim no terceiro quarto do jogo, e provavelmente não veremos ele em campo como titular nunca mais na vida, em condições normais de pressão e temperatura.
O que serve desse jogo, no fim das contas é saber que o poço era mais fundo que se poderia pensar. A pergunta que fiz na Coluna do Zé publicada em 25 de outubro (Onde é o limite?) seguia viva e pulsante quando chegamos para essa semana 9, para enfrentar o Carolina Panthers, e sua campanha com apenas uma vitória (até então).
E realmente o limite ainda não havia sido alcançado.
Eu só queria um pouco de paz
Mudança de horário dos jogos, agora eles começam às 15 horas do domingo, com o início do horário de inverno lá no Estados Unidos e na Europa. De boa, domingo nublado, clima abafado aqui na sauna de Araçatuba.
Cervejinha gelada, aquela porçãozinha gorda de fritura do lado, pronto, posso sentar e curtir um jogo contra a pior equipe da temporada, liderada pelo grande bust Bryce Young. Ha! Sérgio Mallandro pulou de trás da porta…
E olha que a primeira campanha do jogo, a primeira posse dos Saints, prometeu. Prometeu e não entregou, tudo bem.
Alvin Kamara correndo bem. Taysom Hill de volta, fazendo uma das suas corridas de trombada que tanto gostamos. Chris Olave recebendo um bom passe. Kamara agora recebendo um bom passe. E Kamara correndo, e correndo, chegando na linha de 6 jardas, pronto para anotar um touchdown cedinho. Ah, aquela paz que gostamos.
Mas tudo que está ruim, pode piorar.
Quando chegou a hora de Derek Carr mostrar serviço, voltando de lesão após três jogos ausente, ele mostrou que não tem condição. De ser quarterback. De ser titular. De existir em alguma franquia. No que dependeu dele, ele se desesperou e errou passes fáceis e se livrou da bola. Nenhuma novidade, eu sei.
Mas é o que tem pra hoje.
Então, as duas primeiras campanhas, que correram bem até chegarem na red zone, terminaram em field goals anotados pela criança que chuta, Blake Grupe.
O fundo é um pouco mais embaixo
O problema de tudo é que tudo sempre termina de uma maneira trágica, ou em um detalhe. O detalhe da segunda campanha, ainda no primeiro quarto, foi a nova lesão de Chris Olave. Uma nova concussão. Ele, que havia acabado de voltar de um protocolo de concussão, caiu no chão, dessa vez desacordado, numa falta criminosa, e foi prontamente levado ao hospital.
Os Saints que já estavam bem limitados na posição de wide receiver, ficaram sem o seu único bom recebedor.
Com o ataque praticamente limitado a corridas de Alvin Kamara e Taysom Hill (outros corredores estavam fora, caso de Jamaal Williams e Kendre Miller), e passes curtos para os tight ends Juwan Johnson e Foster Moreau, o trabalho para a defesa de Carolina ficou extremamente facilitado.
Sem contar na ajuda dos próprios jogadores dos Saints.
Um mergulho no fundo do poço
A partir disso, já era. A defesa dos Saints jogou de uma maneira que parecia que Bryce Young era bom, e o ataque dos Panthers era muito bom.
No começo do segundo quarto, Xavier Legette recebeu passe na endzone e os Panthers passaram à frente.
Taysom Hill anotou um touchdown de corrida, e as nossas ilusões continuaram circulando por ali, e o primeiro tempo terminou com 13 a 10 para os Saints. Hill é fundamental para o andamento do ataque.
Mas veio o segundo tempo, com tudo degringolando, com tudo se esfacelando. A defesa continuava proibida a acertar um tackle, o ataque parecia proibido de converter terceiras descidas. Até Demario Davis cometeu faltas absurdas.
E com um touchdown do running back Chuba Hubbard, os Panthers passaram à frente. Nem mais um field goal anotado e um touchdown anotado num passe de Carr para Foster Moreau foram suficientes.
O erro de Carr num passe para Juwan Johnson fez que os Saints perdessem a conversão de dois pontos. E é lógico que esse ponto faria falta. “Aqui é New Orleans Saints, po..a!!!”
Com um último quarto parecendo um show de horrores, de ambos os lados, afinal era logo depois do Halloween, os Panthers anotaram mais um touchdown com Hubbard e erraram a conversão de dois pontos, deixando o placar em 23 a 22 para o time de Charlotte.
Chance de Derek Carr ser herói nos minutos finais. Hahahahahaha! Turnover on downs, numa jogada bizarra que era para ser um passe no meio para Johnson e terminou num passe disputado para Cedric Wilson dropar na lateral, que não tinha como dar certo. Derek Carr é impressionante, não falha nunca na missão de decepcionar. Vitória dos Panthers.
Um pouco mais embaixo ainda
Com essa derrota, a sétima seguida, o New Orleans Saints fica com a pior campanha da divisão Sul da NFC, atrás até dos Panthers. Eu disse que essa derrota viria, lá na minha primeira Coluna desta temporada. Não sei por que eu perco tempo torcendo.
Um número surpreendente: com a derrota de domingo, Derek Carr se tornou o primeiro quarterback a perder para 31 times diferentes na sua carreira. Só falta um time. Seu ex-time, o Las Vegas Raiders. Mas ele vai ter chance de aumentar seu recorde em 28 de dezembro, quando os Saints enfrentam os Raiders pelo semana 17 no Caesars Superdome. Confio em Derek Carr para cumprir essa missão, ele merece.
Durante o jogo, o ex wide receiver dos Saints, Michael Thomas, desceu a lenha em Carr por fazer passes que colocam em risco a integridade física dos seus recebedores, como no caso de Chris Olave (mais uma vez). Bom. Cada um tem sua opinião, e eu acho sim, que Derek Carr não sabe cuidar dos seus recebedores. Desde o ano passado parece ser assim.
Mas nada disso que escrevi aqui até agora importa.
Quer dizer, sim, importam, fazem parte do contexto do que vou descrever agora.
Finalmente, estamos livres
A torcida do New Orleans Saints ganhou, finalmente a boa notícia que estava esperando há duas temporadas.
A dona da franquia, Gayle Benson, fez o que deveria ter feito no começo da temporada de 2023, e depois de 2024, e liberou Dennis Allen de suas funções.
Sim.
Na manhã desta segunda-feira, dia 4 de novembro.
Eu achei que ele não seria demitido, não. Tinha até desculpa, com a lesão do Chris Olave. Mas por Mickey Loomis nada mudaria (“vocês precisam olha além dos resultados”). Precisou a dona fazer alguma coisa, finalmente. Então, agora é #AposentaMickeyLoomis.
O treinador interino já foi nomeado. É o treinador dos times de especialistas, Darren Rizzi. Na entrevista coletiva dele (ninguém da direção falou algo pra imprensa, ou com os jogadores, absurdo até), eu consegui ver muito mais que nesse tempo todo com Allen. Deu pra entender alguma coisa, é uma pessoa que ao menos sabe falar. Parece ter espírito, não tem a personalidade de um cone como Allen.
O que vai acontecer? Não sei.
Prevejo seis vitórias seguidas agora. Uma derrota o Las Vegas Raiders (Derek Carr, confio em você), e uma vitória no último jogo. Com isso os Saints ficam fora dos playoffs e numa posição péssima para o Draft de 2025. Nada mais Saints que isso.
Quer ver o pessoal do Saints Brasil comemorando? Vai ver nosso podcast, que foi gravado ao vivo nesta segunda-feira à noite. A torcida está em festa, nós também.
Nada pode ser tão ruim quanto isso que já passou. Mas nunca duvide do New Orleans Saints. Tudo pode piorar. Mas vai que…
Bora, Saints!
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Foto de capa: Como é bom ver Taysom Hill de volta (Michael C. Herbert / New Orleans Saints)